terça-feira, julho 20, 2010

O Período colonial (CORDEL)

Cabral chegou por aqui
E o Brasil foi descoberto
Assim falam os lusitanos
Português é muito esperto
Dizem que português é burro
Mas isso não ta muito certo

Portugal enviava gente
Para procurar riqueza
Queriam metais preciosos
Mas para a sua tristeza
Aqui nada encontraram
Trocaram então miudeza

Praticaram o escambo
Com os nativos da Terra
Mas o clima de amizade
Logo transformou-se em guerra
Foi aí que o homem branco
Teve que engolir uma serra

Pois o índio guerreiro
Tocava o maior terror
Incendiou até vilas
Provocando assim horror
Queriam mesmo expulsar
O lusitano explorador

Mas existia uma coisa
Que o índio não esperava
Era a doença do branco
Que ligeiro infectava
Era morte então na certa
Tribo inteira dizimava

Tudo que o índio queria
Era não ser escravizado
Por isso até aceitou
Que fosse catequizado
Melhor que ser escravo
Era ser cristão batizado

Pois quando tinha a cruz
O branco então pregava
Porém para poder lucrar
Sem remorso ele matava
Entre a cruz e a espada
Era o índio que ficava

Por cerca de trinta anos
Portugal só fez estudar
Se lhe seria lucrativo
O Brasil colonizar
Já o Reino da França
Uma lasca quis tirar

Martim Afonso de Souza
Para cá foi enviado
A primeira tentativa
Do Brasil colonizado
Seria aqui finalmente
Um local "civilizado"?

O próximo passo dado
Foi implantar capitania
Passadas de pai para filho
Com documento e garantia
Na terra o donatário
Tinha toda autonomia

Mas dentre todas elas
Pernambuco e São Vicente
Foram as duas únicas
Que deram um passo à frente
Plantaram cana-de-açúcar
Com bom solo e clima quente

Fracassado esse sistema
Decidiu então Portugal
Instalar outro modelo
Chamado governo Central
Sendo lá em Salvador
Sua sede e capital

A economia açucareira
Foi um referencial
Do período conhecido
Por Período Colonial
Quando o Brasil vivia
Submisso a Portugal

Importou-se da Inglaterra
Uma certa estrutura
Com mão-de-obra escrava
Para a monocultura
Realizou essa tarefa
O negro de raça pura

Trazidos da mãe África
Pelos Navios Negreiros
Que também se chamavam
Miseráveis Tumbeiros
Assim foram abastecidos
Os engenhos brasileiros

Longe de sua terra
O africano acuado
Lutou heroicamente
Foi legítimo soldado
Queria ver o seu povo
Novamente libertado

O Quilombo dos Palmares
Símbolo da resistência
De um regime opressor
Baseado na violência
Tinha no negro Zumbi
A sua maior referência

Na história desse Brasil
Há muito sangue derramado
Tanto de gente inocente
Quanto de um revoltado
Nada são somente flores
Se tratando do passado

Desde a Era do açúcar
E até na Mineração
Houve revoltas armadas
Onde se fez rebelião
Na chamada Vila Rica
Estava feita a confusão

A Metrópole cobrava
Impostos muito pesados
Com isso os mineradores
Ficaram então revoltados
Não deu pra Felipe dos Santos
E nem para os seus liderados

O governante das Gerais
O Conde de Assumar
Mandou os seus capangas
Vila Rica incendiar
Assim ele conseguiu
A revolta sufocar

Essa é nossa história
Repleta de exploração
Eis as nossas origens
Que formaram essa nação
Deixando como legado
Miséria e corrupção

Ainda tem muita coisa
Nem falei dos holandeses
E também não disse nada
Das lutas com os franceses
Farei isso n’outra hora
Em qualquer dia desses

Vou ficar por aqui mesmo
Espero deixar saudade
Até o próximo encontro
Já bateu a ansiedade
Em vez de adeus eu digo:
Meu amigo até mais tarde.


FIM

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