sábado, fevereiro 26, 2011

As diferentes tribos Urbanas

    O que faz alguém cobrir o corpo com tatuagens, ostentar correntes, brincos, pircings, anéis, exibir um corte moicano pintado de vermelho e só usar roupa preta? Seria ideologia? Modismo apenas? É bem mais complexo que isso. O “ser estranho” para muitos pode ser membro de uma tribo urbana, ser bem aceito em seu meio e possuir notoriedade entre os demais adeptos do grupo. Mas afinal, o que seriam essas tribos? É importante estudar esse fenômeno para não pré-julgarmos esses jovens que figuram nos grandes centros sofrendo gozações e sendo taxados de bizarros e malucos.

     Tribo urbana é uma nomenclatura que surgiu para designar um grupo de indivíduos que compartilham hábitos comuns entre eles, ou até mesmo ideais políticos e religiosos. Basicamente são microgrupos que gostam das mesmas coisas, ou seja, que escutam as mesmas músicas, que se vestem de forma parecida ou que praticam o mesmo esporte. Normalmente a juventude domina essa infinidade de tribos que cresce diariamente. São Punks, Skinheads, Rappers, White Powers, Clubbers, Grunges, Góticos, Rastafaris, Emos e por aí vai. Surgem e desaparecem com tanta velocidade que fica até difícil catalogar.

    Nem sempre a sociedade está preparada para a filosofia de vida de cada grupo. Boa parte deles nem são originários do nosso país. É o caso da cultura rastafari. Os “rastas” surgiram na Jamaica e possuem o hábito de deixar as tranças crescerem e não lavarem (é o que chamam de “dread”) além de serem usuários de maconha e curtirem reggae. O polêmico uso da maconha é mal visto por que aqui no Brasil é considera uma droga ilegal, diferente dos jamaicanos que a utilizam em rituais sem impedimento da lei.

    Alguns grupos porém são partidários do preconceito racial, homofobia e xenofobia. O mais conhecido desses grupos são os Skinheads, neo-nazistas que também são conhecidos como “Os carecas”. É preocupante a hostilidade de uma tribo para com a outra. Grupos que muitas vezes são formados para combaterem a “caretice”, o falso moralismo e a uma suposta decadência da sociedade são muitas vezes os mesmos que acabam perpetuando o preconceito e a exclusão, na medida em que agridem os demais segmentos.

    Fato é que as tribos estão aí. E a grande maioria está para denunciar um sistema social altamente excludente. Na atualidade, onde a essência é substituída pela padronização imposta pela mídia capitalista, esses jovens anseiam pela autenticidade. Tentam ser originais e pra isso exageram na extravagância. E tudo isso é premeditado. A intenção é chocar mesmo, e conseguem. O mais importante é que se entenda que há espaço para os mais variados estilos de vida, desde que o inviolável direito da liberdade seja preservado e a paz norteie a convivência em meio às diferenças.

Um comentário:

  1. E como são diferentes essas tribos. Concordo com vc em número, gênero e grau quando diz que entre eles o preconceito acaba sendo perpetuado, pois é gritante a rivalidade entre os microgrupos. E olhe que eles são os que mais reclamam por sofrerem hostilidade por parte da sociedade.

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