sexta-feira, fevereiro 25, 2011

O macabro Anjo da Morte

   
     Josef Mengele nasceu em “berço de ouro”. Ao sul da Alemanha, no vilarejo de Gunzburg, há 100 anos, chegava ao mundo o filho primogênito de Karl Mengele. O desejo do seu pai era o de que o pequeno Josef assumisse os negócios da família, uma fábrica de máquinas agrícolas que até hoje funciona, só que com outro proprietário.

    Quando rapaz, o primeiro filho da família Mengele estudou medicina e antropologia nas universidades de Munique e Frankfurt. Já filiado ao Partido Nazista, durante a II Guerra lutou no front oriental, onde foi condecorado por bravura, recebendo cinco medalhas. Em 1943 foi para o campo de concentração de Auschwitz, foi lá que o coronel-médico da SS, ganhou o apelido que ficaria pra sempre na História: O anjo da Morte.

    O Dr. Mengele selecionava os presos e tinha poderes pra decidir quais iriam para o trabalho forçado, e quais morreriam. Estima-se que teria determinado a morte de 200 mil a 400 mil pessoas. Havia também um terceiro destino: ser cobaia de experiências macabras. Em seus estudos bizarros, injetou tinta azul em olhos de recém-nascidos, fez transfusão de sangue em pessoas que tinham tipos sanguíneos diferentes, sobretudo irmãos gêmeos, dessecava anões vivos e exagerava nas amputações e nos transplantes.

    Sua maior obsessão eram os gêmeos e os anões, eram os mais presentes em seus experimentos. E esse macabro fascínio tem por trás uma explicação ideológica: A higienização racial. O planejamento principal dos nazistas era reproduzir a superior “raça ariana”, o primeiro passo já havia sido dado. Retirado o “lixo genético” (judeus, negros, latinos, homossexuais, e deficientes físicos e mentais). O importante agora era dar seqüência ao processo de higienização.

     O argentino Ricardo W. Darré, foi o grande ideólogo, sua meta era fazer com que cada mãe alemã tivesse partos múltiplos, por isso era importante estudar como seria viável essa reprodução em laboratório. Daí entende-se, mas não respalda obviamente, as experiências que muitos irmãos gêmeos foram submetidos, a grande maioria crianças que não passavam dos cinco anos de idade. Já os experimentos com anões era uma tentativa de demonstrar que  era fruto da miscigenação.

    Existiram outros médicos a serviço do Nazismo, mas ninguém foi tão brutal e sem sentido como o Anjo da Morte, que vivia em Auschwitz com a bata sempre manchada de sangue. Porém não foi punido por nenhum de seus crimes. Com o fim da II Guerra e a derrota do exército de Hitler, fugiu e foi para a Argentina, onde viveu como um empresário bem sucedido, posteriormente casou-se pela segunda vez no Uruguai com a sua cunhada para não ficar sem a herança do “velho Karl”, e acabou o resto dos seus dias em terras brasileiras, morrendo supostamente afogado em 1985.


2 comentários:

  1. A revista "Aventuras na História" desse mês tem esse monstro do Mengele na matéria de capa. E o artigo deles põe em xeque a morte dele no Brasil, ta bacana...Ah! E parabéns pela escolha da foto nessa postagem, mostra como esse animal tem um semblante malévolo.

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  2. Obrigado Sandro, eu li a revista, foi a partir dela que decidi escrever sobre o "Anjo da Morte" e até usei seu texto como base.

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