sexta-feira, junho 03, 2011

No fim da Feira



     Ao cair da tarde, com o sol sinalizando que já está indo embora, o fluxo de pessoas que circulam pela Feira Livre não é mais o mesmo. Desde o início da manhã, gente de toda a cidade andava de um lado para outro, batendo ombro com ombro, ziguezagueando a procura de bons preços e bons produtos.

     Por trás das bancadas coloridas, contendo a maior variedade em frutas, verduras e leguminosas, estão homens, mulheres e até meninos, que gritam, assobiam e batem palma, visando atrair a freguesia:

- Olha a banana! Tem banana-prata, tem banana-ouro e tem também banana-maçã e nanica!

- O “mói” de coentro é um real! Ta novinho, Ta fresquinho e ta barato!

- Macaxeira papinha! Cozinha que é uma beleza! Vai querer freguesa?

     As donas-de-casa dominam a área. São maioria absoluta e formam uma exigente clientela. Apalpam, cheiram, olham minuciosamente e até provam a mercadoria oferecida nos tabuleiros. É uma espécie de ritual para atestar a qualidade do que se está levando para casa. Se o tomate da banca da frente está mais vermelho, o da banca ao lado está mais barato. Nesse caso, pechinchar é vital para a economia doméstica.

     Logo na saída da Feira, a postos como que num grid de largada, estão os rapazes com seus carros-de-mão. Eles observam as pessoas que estão cheias de sacola e oferecem os seus serviços. O preço varia de acordo com a distância a ser percorrida, mas, no geral, uma cédula de dois reais é o suficiente para percorrer quilômetros razoáveis. Se a remuneração não é lá essa coisas, deve ser observadas outras vantagens: Os rapazes carregadores fortalecem os músculos do braço e engrossam os cambitos, melhorando a estética e dispensando a academia.

     Fim de tarde, no fim da Feira, o cenário não é mais de agitação.Aquilo que não foi vendido começa a ser encaixotado. O chão está repleto de lixo e comida pisoteada,  isso não dá para encaixotar. Prejuízo para o feirante. Alegria dos bichos e dos indigentes, que aproveitam o finalzinho da feira para catar o que sobrou, e fazem isso sem muita exigência. É a Lei da Sobrevivência, injusta é, mas é lei.

Um comentário:

  1. hahaha... este post traz a diferença cultural e ortográfica das nossas regiões... Macaxeira, aipim ou madioca?!?!? Tanto faz, na feira tudo se mistura mesmo! e no fim o q sobra alimenta os famintos que diferença social heim! mas tudo é feira, tudo é normal! Excelente Post! bjins

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