Atendendo ao pedido do meu amigo
Thiago Oliveira, professor de história, escrevo este texto para fazer parte do
seu blog, Batedeira Industrial, que está completando anos neste mês de Outubro.
Aproveitando que este texto seria
postado em dois blogs (Batedeira Industrial - www.batedeiraindustrial.blogspot.com
e O Farol - wwwofarol.blogspot.com/)
quero chamar a atenção para uma questão que vem sendo ignorada pela prefeitura
de Olinda.
Depois que o mês de Julho acabou,
centenas, ou talvez, milhares de jovens passaram a ocupar uma área do sítio
histórico da cidade todos os domingos com um boato de que as prévias do
carnaval 2012 já teriam começado. Não teve como evitar o meu estranhamento,
pois nunca fiquei sabendo de prévia carnavalesca começando no mês de Setembro,
quatro meses antes da maior festa da cidade! Logo quando isso começou, eu fiz o
seguinte comentário para alguns amigos: “por isso que no carnaval tem muitas
brigas: quatro meses de prévia! Quando chega o carnaval mesmo, todo mundo já
brincou até enjoar, só vai querer brigar”. O maior problema nisso tudo é que
nem as prévias começaram, mas, mesmo assim, todos os domingos, a praça de S.
Pedro, lugar comumente chamado de Pitombeira (referente à sede do bloco de
carnaval Pitombeira dos quatro cantos que fica ali perto) está tomada por
adolescentes e crianças.
Tudo isso não estaria acontecendo
se não fosse a falta de policiamento e o descaso da prefeitura com os jovens
que estão freqüentando o ambiente. O que não falta é briga, arrastão, consumo
de drogas, prostituição e etc. Sempre que algum amigo meu vai até lá, volta
dizendo que viu muitas brigas, outros que foram assaltados. Um dia, eu estava
num barzinho por ali perto e, quando estava passando na frente de FOCCA
(Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas) pude ver uma garota que
aparentava ter uns 12 ou 13 anos sendo abusada sexualmente por três rapazes que
aparentavam serem maiores de idade. Ela aparentava está sob o efeito de alguma
droga, loló talvez. Lembro que ela também segurava uma garrafa de vodka em uma
das mãos. As únicas luzes de alerta que eu via por perto eram de duas motos da
CTTU (Companhia de Trânsito e Transporte Urbano).
A família desses jovens, muitas
vezes, desconhece o que está havendo. Muitos pais e mães já estão dormindo
quando seus filhos chegam calados, bêbados, com algum hematoma causado por
alguma briga, e, no outro dia, nem olham direito para o filho, pois, se olhassem,
notariam o grau da ressaca só pelo jeito da pessoa! Quem nota são os
professores da escola quando eles chegam e vão logo deitando a cabeça sobre o
caderno sem conseguir assistir à aula de tão ressacados que estão!
Olinda é uma cidade que tem
vários movimentos culturais como maracatu, côco, frevo e tantos outros que
deram à cidade o título de Capital Brasileira da Cultura em 2006, um enorme
nacional e internacionalmente reconhecido. A prefeitura da cidade e a polícia
militar têm que fazer alguma coisa para que o que está acontecendo lá acabe
antes que aconteça alguma tragédia como alguém baleado, um jovem morrendo por
overdose nas ladeiras ou coisa pior... sei lá... eu mesmo não sei como a cracolândia
começou para ser o que é hoje!
O governo do estado também tem
obrigação de entrar nessa luta, pois os moradores do sítio histórico de Olinda fizeram
uma reunião com a CIAtur (Companhia Independente de Apoio ao Turista) e foi
dito nessa reunião que a CIAatur conta com apenas 300 soldados para fazer o
policiamento no S. H. de Olinda, no Recife, no aeroporto, na rodoviária e em
outros lugares que têm grande fluxo de turistas. Então, não tem o que esperar!
É aumentar o número de policiais para assegurar a segurança de todos, porque,
se continuar o que está acontecendo todos os domingos nas ladeiras de Olinda,
sobrarão desavenças para serem resolvidas durante o carnaval. Isso se isso não
já vem acontecendo por lá. Todos os domingo, a mesma coisa, todo mundo
comentando, pouco a pouco, pessoas que gostavam de ir às ladeiras vão deixando
de ir. O carnaval a cada ano ficando mais violento e os órgãos competentes de
braços cruzados vendo tudo bem debaixo de seu nariz.
Colaboração de Geivson Barros
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