A rede norte-americana de fast-food, McDonald’s, foi multada em
mais de 3 milhões pelo PROCON do estado de São Paulo. O motivo foi a venda do
McLanche Feliz. O instituto Alana (órgão sem fins lucrativos que desenvolve
atividades em prol dos direitos da infância relacionadas ao consumo) questionou
a prática da venda de lanches com brinquedos.
A advogada do Instituto, Ekaterine
Karageorgiadis, afirmou em nota que: “A criança assiste à publicidade do
McDonald’s com os personagens do filme nas tevês e depois nos trailers. Quando
sai do cinema, não raras vezes, já esbarra numa loja da rede. É uma ação de
marketing muito agressiva, que se aproveita da vulnerabilidade infantil para
vender. É antiético”.
Em comunicado, a “Mc” se defendeu:
"Quanto ao McLanche Feliz, a rede esclarece que os brinquedos podem ser
adquiridos separadamente, ou seja, desvinculados da compra dos produtos.
Portanto, a empresa tem convicção de respeitar todas as normas da legislação
vigente tanto em relação à comunicação como em relação a práticas comerciais.
Mesmo confirmada a “publicidade
abusiva” o processo ainda está em andamento, cabendo recurso administrativo
e/ou jurídico. Todavia foi uma ação proveitosa para levar essa questão do
consumismo infantil para um campo mais abrangente de discussão. Afinal, por que
nossos pequenos estão cada vez mais “pidões”? Você já parou pra pensar?
A criançada é bombardeada pela
mídia para consumir mais e mais, são propagadas que falam diretamente com elas.
O mundo do businnes sabe que é mais
fácil convencer um “moleque” de 5 anos do que um adulto, obviamente por seu
caráter ainda estar em formação. E o que isso acarreta? Um ser humano que
valoriza mais o ter do que o ser, que avalia tudo e todos mediante as suas
posses.
E isso não é de hoje: Quem aqui
não se lembra daquele comercial da Garoto que ensinou esse mantra pra garotada
(trocadilho não proposital): “Compre Baton”. De acordo com estudos feitos por
especialistas, basta 30 segundos apenas para uma marca influenciar um guri. E
como influencia! Um dado da antiga FEBEM averiguou que o número de menores
pegos por roubo ou furto era maior em duas datas de forte apelo consumista: Dia
das Mães e Natal.
No meu primeiro ano como professor
estagiário, numa escola municipal do Recife, vi uma cena que jamais esqueci:
Eram dois garotos que passavam extrema necessidade em seus lares, os dois “batiam-boca”
por que um dizia que a bermuda do outro não era original. Aquilo me marcou de
uma maneira que nunca sairá da minha memória. Como no poema de Drummond, nossas
crianças crescerão e não se tornarão Humanos, serão apenas mais uma coisa
coisante. Isso é triste!
Isso é uma verdade meu caro Thiago. Parece que a política do "big stick" continua em alta mesmo que de forma "amarelada" camuflada.
ResponderExcluirPois é meu caro...nossas crianças estão mais consumistas do que nunca...onde isso vai dar, só Deus sabe....
ResponderExcluir