Em Prol da Saúde

A Campanha da Fraternidade, evento realizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) teve início nessa quarta-feira e se estenderá por toda a quaresma. O tema escolhido para esse ano foi: Fraternidade e Saúde Pública. O objetivo é a melhoria dos serviços prestados pelo SUS e a conscientização de hábitos saudáveis para que assim se cumpra uma palavra presente no Livro do Eclesiástico (Presente apenas na Bíblia Católica) que diz: “Que a saúde se difunda sobre a terra!”

O objetivo principal é cobrar do setor público que o SUS funcione, e para isso a comunidade deve abraçar essa causa e também reivindicar em prol de um direito básico e assegurado pela nossa Constituição. As pessoas precisam exercer sua cidadania e atentos acompanhar os recursos destinados a este setor tão precário e moribundo. E como se não bastasse o horror que são os nossos hospitais (verdadeiros açougues), o governo decide cortar 5 bilhões de verbas que seriam destinados para a melhoria do sistema de saúde.

Boa parte dessa grana vem do contribuinte. Para se ter uma ideia, em 2009 foram 147 bilhões vindos das famílias brasileiras (53%) enquanto que o Governo gastou 127 bilhões (47%). E o que vemos? Dados efêmeros que não condizem com a realidade de quem se acorda de madrugada pra conseguir atendimento, que enfrenta longas filas, que fica sem leito jogado pelos corredores, que não recebe atendimento ou quando recebe é tratado como qualquer coisa, menos gente. Tanto tucanos quanto petistas não mudaram esse quadro. Ele continua tão caótico como há 17 anos atrás.

Parabenizo a CNBB pela escolha do tema, mas sou pessimista. Numa sociedade em que os homens públicos são tratados nos maiores hospitais da rede privada é difícil conquistar um patamar satisfatório. Ícones do PT como José Alencar, Dilma e o Lula foram tratados do seu câncer no Sírio Libanês, e tiveram acesso a tecnologia de ponta para combater o mal que lhes assolava. Não que eu desejasse o pior pra eles, muito pelo contrário: Desejo o mesmo êxito pra toda essa gente sofrida, que torce pelos “Homens da Lei” e se esquecem que tais homens desconhecem as suas dores.