quinta-feira, abril 12, 2012

Polêmica Anencéfala



*Por Caroline Miceli

Está sendo julgada no STF a liberação da interrupção da gravidez de feto sem cérebro. É lógico que o assunto é polêmico e gerou grande mobilização de vários segmentos da sociedade (igrejas, movimentos feministas, advogados e etc.). O que está em discussão é se a gravidez de um feto anencéfalo pode ser abortada, sem que isso seja uma violação a vida. E haja “pano pra manga”.

Segundo o ginecologista Cristiao Rosas, da Federação Brasileira dos Associados de Ginecologia: "A anencefalia é uma patologia totalmente incompatível com a vida extra-uterina" Em outras palavras: não existe possibilidade de vida nesses casos. E é nisso que se baseia o advogado Luís Roberto Barroso, afirmando que sendo nessas circunstancias não se configura aborto na definição do Código Penal, pois, se não há cérebro, não há vida. E se não há vida, não há aborto.

Por outro lado, existe uma série de justificativas condenando qualquer prática abortiva, em sua maioria baseadas em preceitos religiosos e morais. "Cada segundo com um filho vale a pena"; "Essa não é a vontade de Deus"; "O feto tem alma".  Esses são só alguns dos argumentos de grupos tais como a CNBB e a bancada parlamentar evangélica.

Sou contra o aborto, mas acho que o Estado brasileiro tem que, de uma vez por todas, assumir o seu caráter laico. Às vezes parece que só porque o STF vai liberar a interrupção da gravidez em caso de fetos anencéfalos, então, toda mulher que tiver grávida nessa situação VAI TER QUE fazer um aborto. Quando na verdade não é assim “que a banda toca”. Ninguém está obrigando ninguém a nada, pelo contrário, o Supremo está concedendo LIBERDADE de escolha.

Que cada pessoa siga seus próprios preceitos morais! Se uma mulher julgar que esperar nove meses por uma gravidez, na certeza de que seu filho viverá poucas horas ou minutos, é um sofrimento sem razão, então que interrompa a gravidez! Não consigo imaginar viver uma situação como essa. E tomara que eu não viva, mas só de pensar no quão traumático deve ser, confesso que fico sem palavras. É muito triste! Não posso impor meus princípios e crenças goela abaixo da população. Sinceramente: minha opinião é que a mulher, que vive tal experiência, tem o poder de decisão...

*Caroline Miceli é estudante de Sociologia, cristã confessa e torcedora do Flamengo.







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Pessoal! A Carol é uma amiga muito querida e estou feliz com a sua estreia aqui no Batedeira. Ela já chegou polemizando, por isso vamos fazer um fórum através dos comentários: Sua opinião é a mesma do texto ou não? Aqui você é livre pra se expressar, e será respeitado seja lá qual for seu posicionamento.
Abraço!!!

9 comentários:

  1. Olá Carol, olha só...gostei do seu texto e achei bem paradoxal você ser uma cristã confessa e defender o laicismo...rsrs...Isso demostra que existem seres pensantes dentro das igrejas...Parabéns pela sua postura e digo que estou de acordo com vc. Não se caracteriza uma violação a vida nesses casos: quem vive sem cérebro meu Deus? Bem...observando algumas opiniões a respeito desse assunto...parece que existe essa possibilidade, mas só parece...Abraço!

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  2. De fato um assunto delicado, emblemático, polêmico e de complexo entendimento... Caramba é tão complicado falar sobre que acabei dizendo algumas palavras que precisam de tradução. Considero DELICADO, porque está diretamente ligado com nossas emoções, princípios, com a nossa natureza humana. EMBLEMÁTICO, pois ao longo da história da humanidade nunca se chegou a um consenso e penso eu que nunca chegaremos lá e POLÊMICO e de COMPLEXO entendimento, porque teremos divergências nas mais variadas camadas da sociedade a respeito do tema. Como Cristão, penso na preservação da vida e entendo que só Deus tem o direito de tirar o que Ele próprio deu ao Homem gratuitamente. Que fique claro que esse é o meu pensamento e entenderei qualquer que sejam as divergências sobre meu pensamento, até porque ele não está comprometido com a ciência é tão somento um ato de fé!!!

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  3. Olá, pessoal...vamos entrar de cabeça na polêmica...como diz o velho ditado: "ta na chuva é pra se molhar."
    Os leitores e amigos do blog sabem que sou Cristão, e como tal, sou favorável ao pensamento da Carol de que não podemos impor a nossa fé. Deve ser aceita espontaneamente...nesse sentido também sou paradoxal né Sandro?
    Pois é...defendo o Estado Laico, e quem for cristão convicto manterá os seus princípios, estando eles de acordo ou não com a legislação estabelecida.
    E quanto essa questão de defesa da vida: Toda gravidez é passível de complicações...e pode levar a gestante ao óbito...Será que a mulher precisa passar por isso pra gerar um pequeno "vegetal". Desculpem o termo "vegetal"...mas sem atividade cerebral não é possível que haja vida. Vida no sentido de existência...tal qual disse Descartes: "Penso, logo existo."
    Enxergo a mão de Deus no avanço da medicina...e se hoje ela é competente para diagnosticar a anencefalia antes de que uma mãe padeça nove meses, então O louvarei por tamanho feito. O problema é saber qual o funcionamento da soberania divina...Será mesmo da vontade de Deus que as mulheres precisem levar essa gestação até o fim? (refiro-me exclusivamente no caso de anencéfalos, para não abrir outros precedentes).

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    1. pois é... tbm fico me perguntando... é difícil saber qual a vontade de Deus nesse caso (no caso dos bebês anencéfalos)....

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  4. deveria então nunca ter deixado nascer esses políticos e essas pessoas que querem tomar as decisões no lugar de Deus. pois tento a postura e atitudes que eles tem parecem que nasceram sem cérebro. mas, parecem que eles pensam direitinho e estão bem vivinhos. pior são eles que tem cérebro mas não tem vida.(se não há cérebro, não há vida. E se não há vida, não há aborto). que colocação mais infeliz. muito bom carol, chegou para engrossar as fileiras dessa batalha contra o mundo e seu sistema.

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  5. De fato o assunto é polêmico e bota polêmica nisso, eu concordo que o Estado deva assumir seu caráter laico, e compreendo que o STF esteja apenas dando liberdade de escolha para a mulher. Porém não posso concordar que Deus esteja "abençoando" o avanço da ciência para dar oportunidade à mulher de escolher matar um filho no ventre sob a alegação de que ele não é um ser pensante. Eu não sei qual seria minha reação se soubesse por exemplo, que um neto meu - pois já não posso ter filhos - seria anencéfalo; certamente meu amor seria posto a toda prova, amar e devotar a vida mesmo que fosse só por algum tempo, a um Ser humano, sim, porque é um Ser humano. Não um vegetal, não uma coisa, mais um Ser humano, do qual eu não poderia esperar nada, nem o esboço de um sorriso... Acho que essa questão está mais ligada a amor e sacrifício. Gostaria que vocês vissem essa história.http://amadavitoriadecristo.blogspot.com.br/p/o-comeco-da-historia.html

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  6. Carol, Carol...vc ateia fogo e não dá nem as caras, né?
    E Fábio Augusto...usando o nome da filha pra se esconder? kkk
    Brincadeira...ele me falou q tava logado com o nome de Isabel...
    Mas vamos lá...não acho a frase "se não há cérebro não há vida" infeliz. Acho acertadíssima! Quem não pensa, não ama, não discerne,não crê, enfim...não vive. Um feto anencéfalo "dura" apenas por horas...Não vai usar enxoval...não vai conhecer o quarto, não vai pegar seus brinquedinhos...
    No caso de morte cerebral, alguém aqui é contra que se desliguem os aparelhos? Ou aquele ser que já se foi deve continuar vegetando com a ajuda de um maquinário até sabe-se lá até quando?
    E quanto ao caso da garota Vitória, especialistas já falaram que ela não é anencéfala, Vilma, por isso que a Justiça pede mais de um diagnóstico, no mínimo 3, para autorizar a interrupção da gravidez...
    Acredito que os cristãos devem ser radicais em vários aspectos ...mas não devemos ser incoerentes e inconsequentes...Conciliemos Fé e Lógica, e benéfico!

    Abraço!!!

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  7. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
    1 Coríntios 13:13
    Que o Senhor nos ajude nos ajude...

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  8. Eu só queria dizer que acho que o Estado tem que ser laico sim, contanto que o meu direito de seguir a Deus não seja alterado... Ou seja, o Estado permitindo ou não o aborto não vai me fazer abortar uma criança em hipótese alguma. As pessoas tão precisando ouvir mais sobre Deus, mas esse não é papel do Estado. O Estado tem que garantir nossa liberdade. Nós (cristãos) é que temos que levar a palavra de Deus e seus preceitos morais. É NOSSO papel! E não do Estado.

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