terça-feira, maio 01, 2012

O Dia do Trabalhador Peão


"O rico faz tudo pelo pobre, menos sair de suas costas."
                                                    Leão Tolstói

O Dia do Trabalhador é celebrado em vários países, não só no Brasil. A data escolhida, 1º de Maio, faz referência aos protestos que ocorreram em Chicago-EUA, no ano de 1886. Os trabalhadores reivindicavam a redução da Jornada Diária, almejavam 8 horas. Uma greve foi feita, milhares aderiram e foram duramente reprimidos pela força policial. Que como sempre, costuma “malhar o pau” nos seus concidadãos, obedecendo às ordens dos poderosos. Doze manifestantes foram mortos, alvejados, e outras centenas ficaram feridas.

Três anos após as manifestações em Chicago, Raymond Lavigne, membro da II Internacional Socialista em Paris, propôs que o mês de Maio fosse o mês das reivindicações pelas 8 horas de serviço. Houve um movimento parecido na França em 1891, e mais uma vez, o policiamento chegou com toda sua força e matou dez trabalhadores.

Aos poucos, os parlamentos dos países europeus atendem as reivindicações da redução laboral diária, que antes chegava a ser até 16 horas. Apesar dessa conquista ter começado nos Estados Unidos, a data não foi adotada pelos norte-americanos, que junto aos canadenses comemoram o Labour Day na primeira semana de Setembro.

No Brasil, a data torna-se feriado nacional a partir de um decreto do então presidente Artur Bernardes, isso em 1925, quando quase não tínhamos indústria. Foi Getúlio Vargas, que soube se promover em cima desse dia, ao estabelecer a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) em 1943, quando aumentou o salário mínimo, concedeu os direitos a férias remuneradas e o recebimento do 13º salário aos trabalhadores com registro em carteira. E claro: o estabelecimento das 8 horas laborais.

A historiografia pinta então Getúlio como o “pai dos pobres”, quando na verdade as coisas não são bem assim. Os trabalhadores do campo não foram beneficiados com a CLT, isso num país que tinha quase 70% de seus habitantes residindo na zona rural. Com uma realidade totalmente diferente quase setenta anos depois, nossos trabalhadores têm mesmo motivos para comemorar?

Os economistas apontam para o “Emprego Pleno”, onde a taxa de desemprego está em equilíbrio, e o cidadão fica sem emprego num curto espaço de tempo. Mas como são os serviços oferecidos? Numa sociedade desinformada e deseducada, a mão-de-obra qualificada ainda é escassa, sendo muitas vezes requisitada do exterior. O que sobra para o “povão” são as vagas para “peão”. E ta tudo muito bem, desde que haja feriados pra quebrar essa rotina de exaustão...

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