terça-feira, agosto 14, 2012

De Londres para o Rio


Com o fim dos Jogos Olímpicos sedeados em Londres, o Rio de Janeiro passa a ser a Cidade Olímpica. O que esperar dos Jogos aqui no Brasil? Bem, eu espero que haja uma infra-estrutura satisfatória, pois medalhas não podemos cobrar dos nossos atletas. Talvez a seleção masculina de futebol mereça uma cobrança maior, já que são todos profissionais e milionários. Mas o que esperar das outras modalidades, onde se treina sem material e em locais inadequados? E mesmo assim esses atletas ainda conseguem o índice para participar das Olimpíadas e pra nossa surpresa e orgulho, sobem ao pódio e fazem história.

Eu, particularmente, vibrei muito mais e acompanhei com mais intensidade os Jogos de Pequim. Foram muitas decepções em Londres. A própria seleção de futebol foi uma. Uma pena termos perdido o ouro, méritos para o México que foi muito superior a nossa canarinha. Cielo não nadou aquilo que ele pode e foi o terceiro colocado na prova dos 50m livre. Maurren Magi, não manteve seu título e ficou fora das finais do salto em distância. E no salto com vara, Fabiana Murer foi desclassificada e reclamou do vento.

Mas também fiquei feliz em muitos momentos. Já pra começar, adorei ter visto os jornais globais noticiarem os jogos por fotos ou quando em imagem, tendo que colocar que estas foram cedidas pela Record. E em 2016, em pleno Brasil, a exclusividade continuará com a rede do Bispo Macedo. Outros motivos felizes foram as medalhas nada esperadas de Arthur Zanetti, Yane Marques e os irmãos Falcão.

Aos 22 anos, Zanetti, natural de São Caetano do Sul-SP, sofreu uma série de lesões nos últimos nove anos e treinava com aparelhos fabricados pelo pai de maneira improvisada. Tornou-se um gigante ao conquistar a medalha de Ouro nas argolas. Foi a primeira medalha da ginástica Brasileira em toda a história dos jogos. Feito inédito e emocionante. Outra emoção foi ver a sertaneja Yane Marques, filha da metrópole do Pajeú, Afogados da Ingazeira, conquistar o bronze numa das modalidades mais difíceis: O pentatlo moderno. E o boxe? Esse não trazia uma medalha para o país desde 1968. Porém saímos com três em Londres. Yamaguchi e e Esquiva Falção (bronze e prata) e ainda a brasileira Adriana Araújo, terceira colocada entre as mulheres.

Uma constatação é: Somos o país do vôlei. Em todas as modalidades, quadra e areia, feminino e masculino, subimos ao pódio. Que isso sirva para mostrar que nem só de samba e futebol se faz uma nação. Os EUA, que terminaram com 104 medalhas no total, aliam esporte e educação. Garotos e garotas são incentivados à prática esportiva na expectativa de assegurar vagas nas melhores universidades. Por isso afirmei no começo do texto: Não cobrarei dos nossos atletas daqui há 4 anos. E espero que você também não cobre. Vamos direto aos culpados. Vamos protestar e mudar esse quadro. Dia 7 de Outubro ocorrerá as eleições municipais, já podemos fazer nossa parte votando consciente.

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