Tufão é um País

Hoje vai ao ar o último capítulo da novela Avenida Brasil, exibida no horário das 21h pela Rede Globo de Televisão. A trama assinada por João Emanuel Carneiro fez um estrondoso sucesso e as personagens Nina, Carminha, Tufão, Max, Cadinho, Suelen e outros mais, não saem da boca do povo e das rodas de conversa entre colegas de trabalho, desconhecidos na parada do ônibus e familiares em volta da mesa.

Nas redes sociais, é incrível: As pessoas narram os acontecimentos episódio por episódio. Eu que não acompanho a trama, sei de muitas coisas graças aos meus contatos do facebook. Ainda me impressiono com o poder e a influência da nossa tele-dramaturgia. Sei que não deveria, mas a cada modismo, jargão e outras coisas que saltam da televisão para o nosso cotidiano o meu queixo desmorona.

O efeito alienante continua tão vivo como nos “anos de chumbo”, época em que a Globo era porta-voz do governo ditatorial e os seus folhetins diários serviam, como certa vez falou o General Emílio Médici, de tranquilizante para o povo. Nessa noite, compromissos foram adiados e cancelados só pra que ninguém perca o desfecho de Avenida Brasil. E tem uma turma que não vai perder por nada. Sabe quem são eles?

Ora essa, os nossos congressistas. Enquanto estamos preocupados com a morte de Max (o clássico: quem é o assassino?), os deputados federais se organizaram pra legitimar algo que na prática eles já faziam há muito tempo, que é trabalhar apenas 3 dias por semana, de terça à quinta. O que? Você não sabia? Pois é...”Tufão” é a representação do povo brasileiro e Brasília é um “lixão” produtor de “Carminhas”.