quarta-feira, outubro 31, 2012

Wicliff e Huss: Defensores da Fé



“E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.”
João 8:32

O Cristianismo virou a religião oficial do Império Romano no Século IV. Criou-se então a Igreja Católica Apostólica Romana, que ligada ao poder estatal cometeu diversos abusos, ou melhor, pecados, e muitos deles em nome de Cristo.

O predomínio do Catolicismo foi abalado quando Lutero deu início ao que posteriormente ficou conhecido como A Reforma Protestante (início do século XVI). Mas bem antes dele, muitos homens ergueram a sua voz para denunciar a corrupção da Igreja e proclamar o genuíno Evangelho, que ao longo dos séculos foi sendo deturpado. Vejamos dois notórios pré-reformadores :


John Wicliff Surgiu por volta do ano 1371, quando Eduardo III Reinava na Inglaterra. A Fé era então um instrumento de alienação para que os sacerdotes corrompidos pudessem gozar de uma vida repleta de luxo e lascívia. Não se falava em Salvação, pecado, obras de Cristo e da finalidade da lei. A religiosidade era conduzida por uma série de tradições e cerimoniais.  A Igreja de modo tirânico, não propagava o saber, evitando os ensinamentos e conduzindo o povo por um caminho de ignorância. Diante de tamanho extravio da Sã Doutrina, Wickiff não aceitou tais condições e “botou a boca no mundo”.

Obviamente, foi perseguido pela Sé de Roma, que queria amordaçá-lo de qualquer maneira. Embora tenha sido ferozmente caçado pelos integrantes do alto clero, morreu já em idade avançada, (1384) como pároco titular em Lutterworrth. Mas um decreto de 1415, décadas depois da sua morte, o sentenciou como Herege retirando seus ossos e jogando-o em um rio as suas cinzas. Seus artigos e obras, assim como seus restos mortais também foram queimados. Todavia, suas ideias já haviam sido absorvidas pelos “Discípulos da Verdade”.

John Huss foi um seguidor das ideias do pré-reformador inglês, e as propagou na região da Boêmia (atual República Tcheca). Os boêmios estavam inflamados contra a Cúria Romana e a cidade de Praga tornou-se palco de um cisma. John Huss foi visto como um agitador e acabou sendo convidado a retirar-se dali pelo Rei Venceslau. Mesmo ameaçado, o mestre Huss não recuou e em suas falas mais calorosas chegou a declarar que o Papa era o Anticristo. Costumava dizer:

“Não o Papa, mas apenas Cristo é a cabeça; não os cardeais, mas todo o povo fiel a Cristo é o corpo da Igreja Católica.”

Declarado herege, Huss foi queimado em Constança, no dia 6 de Julho de 1415:

“Então foi acesa a fogueira, e John Huss se pôs a cantar em voz alta: - Jesus Cristo! Filho do Deus vivo! Tem piedade de mim. -  E  quando começou a repetir a invocação pela terceira vez, o vento soprou a chama contra o seu rosto e sufocou-lhe a voz. (...) O coração que foi encontrado entre as vísceras, depois de batido com varas e paus foi por fim espetado na ponta aguda de uma estaca e assado no fogo até consumir-se. (...) recolheram as cinzas com grande diligência e as jogaram no rio Reno.”
                                                                                    (FOXE, J. O Livro dos Mártires)

Em meio a tanta confusão, tanta corrupção e tantos modismos, o exemplo desses homens deve servir para assim nos encorajar a andar na contramão. Somos agentes de transformação e não devemos compactuar com a degradação da Fé. Muitos homens deram suas vidas para proclamar a Verdade e todo o trabalho que tiveram, não o tiveram em vão.

                Sola Scriptura.Solo Christus.Sola Gratia. Sola Fide. Soli Deo Gloria.”

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