quarta-feira, novembro 14, 2012

Rio Doce-Dois Irmãos



Domingo, início do mês de novembro de 2012, trajeto de busão entre Recife e a praia de Olinda. Percurso mais ou menos longo e que é concorrido com algumas linhas de integração, com a passagem mais barata, mas mesmo assim o Pobre opta por ganhar tempo num dos raros momentos de lazer semanal. E lá vai a família à praia, com seu biscoito, água, sanduiche, bronzeador caseiro, guaraná e a cachaça. Meninos de toda idade, famílias mais ou menos numerosas, comunicação aos gritos, descidas pelas várias portas, contagem na calçada, Pequenos aprendendo na marra da esperteza, a experiência os encaminha para a labuta da vida, mas a Educação institucionalizada os repele e descrimina.

Eis o transporte urbano metropolitano do Recife, carregando Gente, lucrando com a miserabilidade das Pessoas, com longos intervalos de espera, com Empresas administrando seus próprios serviços, fazendo parte dos Conselhos Gestores e essencialmente lucrando com as benesses do Poder Público. O pior é que isso virou rotina, a qualidade é relativa, mesmo assim os Farofeiros usufruem dessa precariedade, não têm para quem apelar, as leis estão a serviço do Capital, ou de suas manobras e depois ainda se chocam quando algumas janelas são quebradas ou poltronas rasgadas.

Saímos de Eleições Municipais, onde problemas desta natureza, afetos às cidades são praticamente esquecidos, os Partidos passaram a discutir questões macro, como a Cerveja que o Capital vai nos impor para a Copa, subvertendo inclusive nossa legislação. Enfim, quem representa essa população mais pobre? Demanda desse nível, desapareceu com a Modernidade, resta o cala boca das migalhas do Bolsa Família, “acorda Brasil”.


                                                                                           Prof. Afonso Ivo de Lira   

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