terça-feira, janeiro 15, 2013

O Beijo Para a Eternidade



Primeiro Domingo de 2013, dia 6 de Janeiro, decidi fazer um jejum. Há tempos que não fazia. Não ficarei 24 horas sem comer, apenas optei por não tomar café-da-manhã e nem almoçar. A janta, esta sim está garantida, mas não devo pensar nela nesse momento. Certa vez, alguém me deu a seguinte definição a cerca do jejum voluntário: “Jejuar é preferir a Deus”. Nunca esqueci. Por isso fiz essa escolha, baseado nesse princípio de “preferir a Deus”, de fazê-lo prioridade num dia em que tradicionalmente a cristandade intitula como sendo o “Dia do Senhor”.

Acordei-me por volta das 9h, tomei um banho, bebi água e parti para um local que me daria mais tranquilidade e autonomia para elevar-me a um nível maior de espiritualidade. Eis que de repente eu estou a pensar sobre beijos. Ora, que tipo de “elevação espiritual” é esta? Calma que tudo se explica, não é bem isso que vocês estão pensando (tem frase mais clichê?). Pensei em beijo por causa do salmista que com inspiração celeste e verve poética escreveu:

“A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram”. 
(Salmos 85:10)

Embora não se possa afirmar com precisão histórica, tudo indica que este salmo tenha surgido no regresso daqueles que voltaram do cativeiro babilônico e encontraram uma Jerusalém desolada, muito aquém do esplendor da era monárquica. Os primeiros versos são de gratidão e reconhecimento pela “Restauração de Jacó” e por Deus ter “perdoado as iniquidades cometidas pelo povo”. Em seguida, existe um clamor para que esse processo de restauração e perdão seja contínuo. No versículo 7 o apelo ganha tons de dramaticidade:

“Mostra-nos o teu amor, ó Senhor, e concede-nos a tua salvação!”

O fim apoteótico trás a tona a certeza da proximidade entre Criador e Criatura, entre Deus e o seu povo, relacionamento admirável e respeitoso que culmina num honrado beijo entre a justiça, isto é, retidão e a paz. Dessa relação sairá “coisas boas da terra” que “frutificará”. Desejo vivenciar isso no decorrer desse ano. Para isso, a Justiça deverá ir adiante dos meus passos e preparar o meu caminho. E eu tenho fé, que no final dessa estrada, um beijo afetuoso me recepcionará, e seu efeito será sentido por toda a eternidade. Soli Deo Gloria!

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