domingo, fevereiro 03, 2013

Seis por Meia Dúzia


Renan Calheiros (PMDB-AL)  é novo presidente do Senado, órgão máximo do poder legislativo. Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o Senador está sob três acusações: peculato, falsidade ideológica e utilização de documento falso. Mesmo assim, não houve nenhum impedimento para que Renan voltasse a "chefiar a Casa" na qual já tinha sido presidente, mas que teve que sair em 2007, devido as mesmas denúncias, tão sérias, e paradoxalmente irrelevantes para nossos "nobres" parlamentares.

Nas redes sociais, muitos internautas demonstraram sua insatisfação com a candidatura de Renan Calheiros e até mesmo uma petição on-line foi lançada na tentativa de impedir que o peemedebista assumisse o cargo. Tudo em vão! Renan volta de uma maneira triunfal, discursando sobre o "dever de agir em acordo com a Ética" e defendido pela grande maioria de seus colegas, dentre os quais o também alagoano e ex-presidente deposto pelo povo, Fernando Collor de Melo (PTB). E todos "deitados em berço esplendido" parecem caçoar do eleitorado, que diga-se de passagem, são os principais responsáveis por elegerem essas criaturas.

Em 2007, com a saída de Renan Calheiros, José Sarney (PMDB-MA) assumiu a presidência do Senado, e agora é sucedido pelo antecessor. É mole uma coisa dessas? Sarney é um ícone da corrupção e do caciquismo no país. É devido a ele e sua corja de aliados, que o estado do Maranhão vive afundado em miséria. Enquanto esteve a frente da Casa, usou de toda a sua influência para nomear parentes e favorecer a empresa do neto, que oferecia empréstimos consignado a funcionários do Senado. Isso sem falar nas acusações de desvio de verba da fundação que leva seu nome, da ocultação de patrimônio e uma conta muito suspeita que mantém no exterior.

Não fico espantado com a volta de Renan, troca-se seis por meia-dúzia. Achar um senador virtuoso é o mesmo que procurar uma agulha no palheiro. Parafraseando Jesus: "Atire a primeira pedra aquele que nunca  roubou." Infelizmente somos todos cúmplices dessa "picaretagem nacional". Somos cúmplices quando votamos pensando em benefício próprio, somos cúmplices quando desconhecendo nossa história política, deixamos que esses parasitas se proliferem e somos cúmplices quando a convocação da seleção de futebol causa maior indignação do que as "semvergonhices" políticas. Pois enquanto houver carnaval tudo parece estar muito bem. Peço desculpa por importuná-los.

Um comentário:

  1. Importune-nos, que talvez um dia acordaremos. Se 3 acusações sérias como essas não são impedimentos à ocupação da presidência de um Órgão do Legislativo, nossa democracia é uma piada. E sem graça! :/

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