domingo, abril 07, 2013

Nem Só de Futebol Se Faz Um Clube



O título inédito e invicto foi conquistado no peito e na raça!

Ontem, ao acordar, vi a partida final da Liga Nacional de Basquete Feminino, e pra minha felicidade, o Sport Clube do Recife sagrou-se campeão em casa, vencendo a equipe paulista de Americana. Com o ginásio Jorge Maia lotado de rubro-negros, a equipe leonina começou nervosa, mas soube reagir no momento certo e virou a partida conquistando o merecido título. A repercussão nas redes sociais foi imediata, e me chateei com a postura de torcedores do Náutico e do Santa Cruz, que tentavam desmerecer a conquista, via de regra, comentando algo do tipo: “ pra quem não vai bem no futebol, o título do basquete é prêmio de consolação.”

O Sport investiu alto para chegar onde chegou, desbancou o atual bicampeão com suor e mérito. Repatriou a armadora Adrianinha, que estava há 12 temporadas na Europa e contratou experientes jogadoras com histórico de seleção brasileira, caso da Pivô Érika,e da veterana e campeã mundial, Alessandra. Investir num esporte amador, com uma federação desorganizada que prejudica várias equipes por questões envolvendo patrocínio e calendário foi uma atitude de tirar o chapéu.

O Futebol é a principal fonte de renda dos Clubes, mas um país que sediará os Jogos Olímpicos daqui a três anos, deve abrir o leque e incentivar, através de parcerias público-privadas as diversas modalidades olímpicas. E o nosso basquete, feminino e masculino, tem tradição. É medalhista. O Nordeste tem clubes grandes, com tradição, porém estão com os olhos voltados apenas para o futebol. Aqui na capital pernambucana, o Remo, que já teve seus dias de glória, com pessoas as margens do Rio Capibaribe vibrando com os atletas de seus times, hoje vive na penúria, sem visibilidade, sem dinheiro e sem adeptos.

Esse título do Basquete Feminino ficava restrito ao eixo Sul-Sudeste, e pela primeira vez um time do Nordeste fatura a Liga Nacional. Todos devem se orgulhar e se espelhar. Meu desejo é que Náutico, Santa Cruz, Bahia, Vitória, Fortaleza, Ceará e outros gigantes consigam montar equipes competitivas além dos gramados. Hoje vi a final da Super Liga de Vôlei Feminino, que mais uma vez foi entre Osasco e Rio de Janeiro. Até quando? Dirigentes e torcedores, vamos abrir os olhos e passar a compor gestões inovadoras e pluralizadas, pra que a linda festa de ontem não seja um fato isolado. Que aja continuidade e ampliação desse trabalho.

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