O título inédito e invicto foi conquistado no peito e na raça!
Ontem, ao acordar, vi a partida
final da Liga Nacional de Basquete Feminino, e pra minha felicidade, o Sport
Clube do Recife sagrou-se campeão em casa, vencendo a equipe paulista de
Americana. Com o ginásio Jorge Maia lotado de rubro-negros, a equipe leonina
começou nervosa, mas soube reagir no momento certo e virou a partida
conquistando o merecido título. A repercussão nas redes sociais foi imediata, e
me chateei com a postura de torcedores do Náutico e do Santa Cruz, que tentavam
desmerecer a conquista, via de regra, comentando algo do tipo: “ pra quem não
vai bem no futebol, o título do basquete é prêmio de consolação.”
O Sport investiu alto para chegar
onde chegou, desbancou o atual bicampeão com suor e mérito. Repatriou a
armadora Adrianinha, que estava há 12 temporadas na Europa e contratou experientes
jogadoras com histórico de seleção brasileira, caso da Pivô Érika,e da veterana
e campeã mundial, Alessandra. Investir num esporte amador, com uma federação
desorganizada que prejudica várias equipes por questões envolvendo patrocínio e
calendário foi uma atitude de tirar o chapéu.
O Futebol é a principal fonte de
renda dos Clubes, mas um país que sediará os Jogos Olímpicos daqui a três anos,
deve abrir o leque e incentivar, através de parcerias público-privadas as
diversas modalidades olímpicas. E o nosso basquete, feminino e masculino, tem
tradição. É medalhista. O Nordeste tem clubes grandes, com tradição, porém
estão com os olhos voltados apenas para o futebol. Aqui na capital
pernambucana, o Remo, que já teve seus dias de glória, com pessoas as margens
do Rio Capibaribe vibrando com os atletas de seus times, hoje vive na penúria,
sem visibilidade, sem dinheiro e sem adeptos.
Esse título do Basquete Feminino
ficava restrito ao eixo Sul-Sudeste, e pela primeira vez um time do Nordeste
fatura a Liga Nacional. Todos devem se orgulhar e se espelhar. Meu desejo é que
Náutico, Santa Cruz, Bahia, Vitória, Fortaleza, Ceará e outros gigantes
consigam montar equipes competitivas além dos gramados. Hoje vi a final da
Super Liga de Vôlei Feminino, que mais uma vez foi entre Osasco e Rio de
Janeiro. Até quando? Dirigentes e torcedores, vamos abrir os olhos e passar a
compor gestões inovadoras e pluralizadas, pra que a linda festa de ontem não
seja um fato isolado. Que aja continuidade e ampliação desse trabalho.
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