quarta-feira, julho 17, 2013

É Reino e Não Gueto


Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

João 4:19-24

Ao ler esta passagem, fico a me perguntar o porquê de tanta resistência de se trabalhar em conjunto - em prol do Reino de Deus. Jesus quebra um forte paradigma social e fala com uma mulher. Além disso, havia a barreira nacionalista. Judeus e Samaritanos não se suportavam. Eram inimigos históricos e divergiam a cerca dos mais variados assuntos, entre eles: o lugar de adoração a Deus.

Ao falar com uma samaritana, Cristo anuncia uma salvação global e não exclusivista. Embora fale que ela vem dos judeus, em nenhum momento diz que só a eles pertence. Procede deles, todavia é ampliada para todo aquele que adorar em espírito e em verdade. O lugar de culto é o que menos importa, desde que se tenha uma atitude devotada para glorificar ao único ser merecedor de todo nosso louvor: Deus Pai.

Infelizmente estão nas igrejas, as pessoas que desejam reduzir o Reino para Gueto. O pronome possessivo corre solto: “Minha Igreja”, “Meu Ministério”, “Meu Rebanho”. Será que elas não entendem que nessa terra nada é nosso? Não podemos chamar de nosso aquilo que não nos pertence. Deus é o único dono. Não há um centímetro de tudo que existe no universo que não esteja sob a sua posse. Nós somos apenas servos inúteis (Lc 17:10) e devemos administrar o que é do nosso Senhor (ICo 4:1).

A verdadeira adoração não está na igreja Batista, nem na Presbiteriana. Não é exclusividade da Assembleia, da Nazareno ou da Congregacional. As denominações não devem competir umas com as outras, pelo contrário, devem se ajudar, pois enquanto rivalizamos entre nós mesmos, aquele a quem deveríamos combater age de modo sutil, ceifando vidas e semeando a incredulidade. Lembrem-se que somos um só Corpo (Rm 12:5) e que uma casa dividida não subsistirá (Mt 12: 25).

Ao trabalhar com os jovens, ensino que o Reino vai muito mais além das placas denominacionais. Além das quatro paredes dos templos Deus se manifesta das mais variadas formas. Ser cristão é ser chamado para fora. É saquear as portas do inferno, que não prevalecerão diante da nossa investida (Mt 16:18). Ser cristão é ser humano. Nossa humanidade caída vai sendo restaurada e começamos a ganhar a feição do Cristo esvaziado de si mesmo. A nossa atitude deve ser idêntica (Fl 2: 5-6). Que nossos jovens, assim como Jesus em Samaria, quebrem mais esse paradigma. Soli Deo Gloria.

2 comentários:

  1. Realmente Thiago os títulos, ou seja, essa separação de "nomes" Igrejas só fazem aumentar à divisão que acaba corrompendo a igreja .As pessoas estão transformando realmente as igrejas em Guetos, líderes com uma visão Mixuruca, sem noção nenhuma de Reino, querendo ser o que não é, e as vezes querendo até tomar o lugar de Deus. como diz o texto: que os verdadeiros Cristãos,que a nossa Juventude quebre esse paradigma.

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