Sou
um cristão confesso, mas esse texto não tem esse título para vociferar contra
aqueles que não professam credo algum. De fato, o que quero é diferenciar um
ateu de um completo idiota. Faço esse mesmo tipo de distinção no segmento
religioso, dito cristão-evangélico. Para mim, um cara que entra num coletivo
com a Bíblia na mão e manda todos os passageiros para o quinto dos infernos (e
aos berros!) é um panaca, não um seguidor de Cristo.
Não
suporto a ideia que vem sendo disseminada na grande rede: A de que um ateu é um ser
intelectualmente superior apenas porque crê (pois se trata de crença) que Deus não
exista. O ateísmo não é um requisito capaz de conceder a uma pessoa o status quo de gênio. Temos uma série de
mentes brilhantes que foram e são ateus e agnósticos, assim como teístas e
deístas. A intelectualidade não se mede pela religiosidade ou pela falta dela. Não mesmo.
Fico
extremamente indignado com os “missionários ateístas” do Facebook. Eles gostam
de compartilhar as postagens da ATEA e agridem a fé alheia. Ora, uma coisa
é ter o direito de não crer resguardado, combater a discriminação e lutar em
prol do Estado laico. Já ridicularizar o que os outros consideram sagrado é
outra coisa. É algo irracional. Como exigir respeito se não se respeita o
próximo? Incongruência total.
Esse
tipo de postura é idiotice elevada ao quadrado, pois assemelha-se a uma
propagação doutrinária, isto é, de certa forma, agir da mesma maneira que agem
os alvos de sua crítica: os religiosos. Afinal, qual seria o motivo para angariar mais adeptos
ao ateísmo? Uns dizem que teríamos uma sociedade melhor. Argumentam que a
sociedade evoluiria se abandonasse a “muleta” da religião. Será?
Existem
sim lugares ótimos de se viver, onde uma “gorda fatia” da população declara não
ser adepta de nenhuma crença. Só que também existem locais que aboliram a
religião e o seu povo padece cercado por miséria. Voltando para as origens da
civilização ocidental vemos que ela tem por base três culturas estritamente religiosas.
É a tríade Greco-judaico-cristã. A herança deixada por essa junta de valores
éticos e metafísicos nos proporcionou coisas boas e ruins. É bom compreender
que não podemos fazer uma leitura histórico-social utilizando sempre a mesma
perspectiva. Há múltiplos fatores que devem ser levados em conta.
A
generalização é o pior tipo de preconceito. A ignorância é irmã do preconceito.
Por isso seria ótimo, se os militantes ateus fizessem análises mais
específicas, mais aprofundadas. Melhor seria observar as particularidades de
cada povo, cultura e credo, guardando as devidas proporções de tempo, ao invés
de propagarem dados gerais e genéricos. Tal é a diferença entre um ateu e um
idiota: a sua cosmovisão. Os ateus tem o meu respeito, os idiotas não. E isso inclui os idiotas religiosos.
Realmente o idiota tem pouco intelecto pra entender certas coisas,ou muitas vezes usa de seu limitado conhecimento para praticar a intolerância.
ResponderExcluirÓtimo texto, Thiago: equilibrado e combativo ao mesmo tempo. Se "Como exigir respeito se não se respeita o próximo?" fosse um qestionamento feito com maior freqüência, o mundo seria um lugar bem melhor pra viver!
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