domingo, setembro 15, 2013

BatePapo com Os Arrais

Não faz muito tempo que escutei Os Arrais. Minha noiva mostrou pra mim a música Não Fale. Pirei na letra. Não demorou para escutar todo o CD Mais, segundo da dupla formada pelos irmãos André e Tiago. Suas canções tem sido minhas companheiras de congestionamento e de fato tocam o coração tanto pela beleza e suavidade dos arranjos instrumentais e vocais quanto pelas mensagens de fé mesmo em meio ao sofrimento que nesse mundo, todos nós passamos.

Se sofrer faz parte, nessa vida, as músicas desses irmãos nos fazem lembrar que em Cristo, temos que ter esperança. E uma das faixas do CD é justamente Esperança, e parte diz: "No desapontamento a esperança nasce, e vivo o presente, independentemente do que passou."

Pois bem, o BatePapo dessa semana é com os caras. Falaram a cerca do cenário gospel, influências, teologia, Troféu Promessas...foi uma boa entrevista. Aproveitem!


O que são Os Arrais? Como vocês se definem? 

Definições reduzem, limitam. Definições falam de uma parte, mas não do todo. Todavia, se podemos responder a pergunta: somos dois irmãos que temem a Deus e dedicam sua vida para a expansão do Reino que veio e virá. O meio pelo qual buscamos alcançar este grandioso objetivo é falando, cantando, e ensinando a Palavra.
 
Quais as suas referências musicais?

Nossas referências são muitas. Nossa família é bastante musical, desta forma, nossa mãe sempre comprou CDs, fitas, LPs quando éramos pequenos. Desde Jars of Clay, Steven Curtis Chapman, Michael Card, até músicos nacionais como Lineu Soares, Jader Santos, etc. Hoje em dia, as influências continuam variadas, mas somos abençoados pelo ministério de nossos amigos, Leonardo Gonçalves, Daniela Araújo, Felipe Valente, Estevão Queiroga e Gabriel Iglesias.

E teológicas? Vocês são teólogos, né?

Somos estudantes de teologia e isto sempre seremos. Nossa principal referência teológica obviamente é a Bíblia. É nela que procuramos construir teologia, isto é, conhecimento sobre Deus. Todas as outras referências teológicas que temos estão subordinadas a Bíblia. Assim, além da escritura e subordinadas a ela, referências teológicas são variadas já que um (André) estuda uma área da teologia chamada Teologia Histórica e o outro (Tiago) estuda Antigo Testamento e Filosofia Cristã. Podemos concordar com um determinado teólogo em um determinado ponto, porém discordar em outro. Levando isto em consideração, podemos enumerar alguns teólogos que tem sido boas influências para nós desde o momento que começamos a estudar aqui na Andrews, dentre eles, Fernando Canale, Richard Davidson, Jacques Doukhan, Darius Jankiewicz, John Reeve, etc. Pensando fora das paredes denominacionais podemos citar grandes teólogos como Abraham Heschel, Kevin J. Vanhoozer, Peter Leithart, dentre outros. 

O que acham do cenário gospel, se consideram parte dele?

Respondendo a segunda pergunta novamente, cremos que não cabe a nós, nos considerarmos parte do cenário gospel brasileiro ou não. E depende de como definimos o que é o "cenário gospel," com a indicação do nosso novo CD para o Troféu Promessas cremos que de alguma maneira nosso trabalho foi reconhecido além das paredes denominacionais. O que achamos do cenário gospel - de novo - depende de como definimos o cenário gospel. Objetivamente falando, musicalmente falando, existe muita coisa boa (como os nomes que mencionei acima… dentre outros) e muita coisa não tão boa. É impossível analisar conteúdo, e depois a parte musical. Para nós ambos estão intimamente interligados, a forma comunica conteúdo também. Sendo assim, existem muitos músicos que estão cientes disso. Cientes de que toda arte carrega um posicionamento político-espiritual. Estes apreciamos. 

Como estão encarando a indicação ao Troféu Promessas?

Estamos felizes porque nosso trabalho foi reconhecido. Escrevemos um post, sobre o troféu no nosso site (www.osarrais.com), mais aprofundado. Resumindo: encaramos de uma maneira missionária. não nos importamos com nenhum troféu, nem promessas, nem Grammy, nem Nobel. O que importa é pessoas conhecendo a Cristo através da Palavra cantada. se o Troféu Promessas ajuda nisto, ótimo. Meu irmão e eu não temos nosso ego dentro do nosso ministério. Começamos nossa jornada musical sem reconhecimento nenhum. e continuamos mantendo nossas expectativas baixas, permitindo que desta maneira Deus faça o que Ele quiser conosco e com nossa arte. Assim, como o voto é público, e existem artistas muito mais conhecidos que nós concorrendo ao troféu, nossas expectativas são baixas. O que importa é que o nome de Cristo seja exaltado, e o nosso reduzido ao pó. muitas pessoas conheceram nossas músicas simplesmente pela indicação, e isto é suficiente.

E quanto a essa dicotomia sacro e secular? Vocês concordam com essa perspectiva de dividir a arte?

Estamos estudando isto ainda. E como tudo depende da definição de sacro e secular, ainda não se bateu o martelo… um dia traremos uma resposta mais conclusiva. No momento o tema é complexo. A Bíblia traça claramente uma linha entre o santo e o não santo (Lev 19.2), mas não somos nós, seres humanos, que temos a habilidade de ditar aquilo que é santo e bom, e aquilo que não é (já que santidade além de separação para algo específico é aquilo que manifesta a presença de Deus). Somente Deus vê todas as coisas (Eclesiastes 12.14), e nós podemos apenas reconhecer frutos (Mateus 7.20). 

Meu irmão e eu buscamos realizar nossa arte como o primeiro homem que recebeu o "espírito santo" na Bíblia. Seu nome era Bezalel e a história dele se encontra em Êxodo 31. Deus deu a ele Seu Espírito para elaborar a arte do santuário onde Deus faria morada no fim do livro de êxodo. A primeira pessoa a receber o Espírito Santo na Bíblia era um artista! Mas não somente um mero artista, um artista escolhido por Deus para estabelecer sua morada, seu Reino na terra. Buscamos ser como Bezalel, criando arte que irá solidificar a morada de Deus entre os homens, avançando o Seu Reino nesta terra. E é por isso que nossas músicas estão enraizadas na Palavra. Deus tem um chamado para cada artista cristão. Este chamado pode não ser igual, e por mais que possamos avaliar os frutos que cada ministério produz, apenas Deus pode determinar aquilo que de fato é bom e santo. 

Vocês residem nos Estados Unidos, gostaria que me falassem: qual a diferença fundamental entre a Igreja Brazuca e a Igreja norte-americana? 

Cada igreja carrega uma influência cultural forte. Obviamente a americana segue certos padrões da cultura americana e do contexto socio-político americano. A igreja no Brasil cresce mais pela tradição espiritual do brasileiro. Já o secularismo americano está altíssimo, e isto tem trazido diversos desafios para igreja. É claro, cada denominação lida com os desafios de maneiras diferentes, mas a diferença fundamental depende de qual denominação estamos falando. No caso da Igreja Adventista, da qual fazemos parte, a principal diferença é com relação a missão. Brasileiros são naturalmente um povo mais físico, mais missionário. Aqui nos Estados Unidos o povo tem um coração muito bom também, e a maioria dos trabalhos missionários é de cunho social. 

Pra finalizar: Onde mais pretendem chegar? Quais os planos futuros?

Pretendemos chegar ao centro dos planos de Deus para nossa vida. Não costumamos fazer planos a longo prazo para não limitarmos a atuação de Deus em nossa vidas. Tomamos as decisões necessárias, a nível de futuro próximo e deixamos a Providência guiar. Musicalmente falando temos 2 CDs prontos para serem gravados. 


Imagem do Clipe de uma linda canção: 17 de Janeiro

7 comentários:

  1. Boa Música...letras bíblicas...gostei!

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  2. ouço as canções todos os dia! muito bom..

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  3. 2 cds prontos pra serem gravados. Essa frase me deixou bastante feliz. De verdade, louvado seja Deus pois Ele inspira coisas tão lindas.

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    1. Cd maravilhoso...e artistas humildes, que verdadeiramente se deixam ser guiados por Deus.

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  4. Não canso de escultar Os Arrais, Letras que realmente prezam o que a Palavra de Deus diz, e são poucos os músicos que zelam pela palavra. Deus seja com os queridos André e Thiago (Os Arrais)

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