“A menos que vocês
provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso
e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a
minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais
que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.”
Lutero falou isso na
Dieta de Worms, em resposta ao pedido de retratação. O clero o pressionava
diante do Imperador, dos príncipes e senhores feudais. Ele deveria renegar seus
escritos, todo o ataque proferido a uma Igreja rica politica-sócio e
economicamente, mas que à luz das Escrituras era miserável, cega e nua. Sua
resposta curta e objetiva deixava claro a todos os presentes que os valores da Bíblia
são inegociáveis e se fosse necessário pagar com a própria vida, aquele
audacioso monge agostiniano teria se sacrificado.
O sangue de Martinho
Lutero não banhou o solo e seu corpo não foi consumido pelas chamas da
inquisição. Recebeu guarida de um príncipe alemão e na sua clausura dedicou-se
a fazer algo inédito: traduziu a Bíblia para um idioma nacional, no caso o germânico.
Queria que o povo se libertasse através da Palavra. Foi assim com ele. Lendo os
evangelhos e as cartas paulinas, deu-se conta de que a Igreja estava mergulhada
em heresia. Era preciso fazer algo, e com certa urgência.
Ao fixar as 95 teses na porta da Catedral de
Wittenberg, Lutero não tinha a intenção de provocar mais um grande cisma. O
objetivo era renovar a Sé de Roma e não sair dela. Mas quem estava na lama
decidiu se sujar ainda mais. Como não se teve um acordo, um dos efeitos da
Reforma Protestante foi o racha com o catolicismo romano. O valente Lutero não
retrocedeu. Sabia que Deus estava à frente desse processo e não o abandonaria a
própria sorte. Homens como Wicliff e Huss tentaram, todavia, coube ao monge
alemão a árdua e honrosa tarefa de reconduzir a adoração a Cristo no seio da
igreja eleita.
Não era apenas um
ataque as práticas católicas. Atacava-se uma teologia falaciosa que reduzia o
sacrifício vicário de nosso Senhor Jesus Cristo, a uma transação financeira.
Bastava pagar pela indulgencia, assinada pelo próprio Papa. Vendia-se a
salvação a preço de banana. Taí o grande mal: ensino errado, desembocando na
ignorância de boa parte dos cristãos que por comprarem aquele pedaço de papel,
achavam que um ente querido teria seus dias de sofrimento abreviados no purgatório.
Só a Escritura:
Lutero defendeu que o único ensino é o que tem base bíblica. Se lá está
escrito, então há respaldo. Só a Graça: Na Bíblia, a doutrina da graça
expressava que nenhuma obra leva o homem a Deus. A salvação é imerecida, pois
todos estavam debaixo do domínio do pecado. Só a fé: Este é o meio escolhido
por Deus para salvar a humanidade. O justo viverá pela fé, essa foi a palavra
que abriu a mente de Lutero. Só Cristo: Ele é o único mediador, o Papa não
tinha o poder de perdoar pecados. Só a Deus, glória: A Reforma tira os
holofotes da Igreja e exalta a Trindade. Deus elege os seus, Cristo os redime e
o Espírito Santo sela. Não há espaço para vanglória humana.
Quase quinhentos anos
se passaram, 496 para ser mais exato. Muita coisa aconteceu. A Igreja institucional
passou por momentos de avivamento e pureza e depois mergulhou novamente em
práticas e ensinamentos asquerosos. Por isso devemos atentar para o lema: “Igreja
Reformada sempre reformando.” É certo que nem todos que dizem “Senhor, Senhor”
entrarão no Reino dos Céus. É certo que o joio cresce com o trigo. É certo que
Ele virá e fará a separação. Estarão com Ele, aqueles que perseveraram como
Igreja. Lá estarão os reformadores, que não mais precisarão reformar coisa
alguma, apenas descansarão eternamente, e a luz de Cristo resplandecerá entre
todos. Amém.
Só a Escritura. Será que depois os reformistas... estão usando só a Escritura (Bíblia Sagrada a Palavra de Deus)?
ResponderExcluirDeus sempre levanta pessoas para libertar o seu povo.
ResponderExcluirhttp://elaecrista.blogspot.com.br/