No mês de Maio, um polêmico
livro intitulado “Sua Santidade”, do autor italiano Gianluigi Nuzzi, causou
muito alvoroço por conter informações sigilosas da cúpula do Vaticano. Foram
várias correspondências (autênticas) destinadas ao Papa Bento XVI e ao seu
secretário que vazaram e foram publicadas, tornando-se assim, informações
acessíveis ao grande público. Como esses documentos vazaram? Quem foi o grande
responsável por isso?
Sei que parece clichê, mas a
culpa é do mordomo. Isso mesmo, não é brincadeira. A polícia do Vaticano
encontrou ontem quase mil documentos na casa do ex-mordomo do pontífice, Paolo
Gabriele. Ele que estava detido desde a época do lançamento do livro, sempre foi o suspeito
número 1 (ainda continua clichê, não é?). Só que com a operação que resultou na
descoberta dos documentos - dentre eles muitos que tinham recomendação papal
para serem destruídos – a casa caiu para Gabriele, que receberá seu veredito provavelmente
no próximo sábado, dia 6.
Se for condenado, passará 4 anos
no xadrez pagando pelo “roubo agravante de documentos reservados ao pontífice.” Gabriele,
ou “Paoletto” para os íntimos foi o fiel escudeiro de Joseph Ratzinger até o
dia em que foi preso. Ele era o primeiro e último a ver o Papa, e também era o
que preparava suas roupas e refeições. Na terça, em sua defesa falou que agiu
sozinho, impelido pelo Espírito Santo, para revelar a corrupção da Santa Sé, na
qual Bento XVI estava alheio. Na sua ótica o Papa era manipulado por outros
membros do primeiro escalão do clero.
A única saída para o mordomo é
ter o perdão. Só a misericórdia de “Sua Santidade” o livrará de passar
um tempo atrás das grades. Seria esse indulto concedido ao réu? Não sei...Numa
instituição dita cristã, na qual tem a sua própria policia para exercitar a
coerção dos seus patrícios, não espero que haja de acordo com a lei do amor
pregada por Jesus há mais de 20 séculos quando subiu no Monte para anunciar o
Reino de seu Pai.
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