sábado, outubro 31, 2009

A Inquisição do Vestido Rosa.


   Alguém poderia me explicar o que foi que aconteceu naquela universidade? A aluna teve que sair escoltada pela polícia em meio a vaias, xingamentos e ameaças. Tudo culpa daquele vestido rosa.
Realmente, vestido rosa não é traje para ir à aula. Se fosse um vestido de outra cor, mais neutra, aí tudo bem. Mas ela foi usar justo um rosa.
   Você não sabia? O rosa é uma cor subversiva. É uma cor que agride a moral e os bons costumes. Nós deveríamos ir a rua protestar contra essa ameaça a nossa integridade:
   - Fora o rosa! O rosa não é bem vindo!
   Vou ainda mais além. Sugiro a criação de um tribunal. Uma espécie de Santa Inquisição. Vamos acender as fogueiras e pôr para queimar os usuários dessa cor detestável. Enquanto eles são consumidos pelas chamas nós deveríamos gritar:
   - Pro inferno seus bruxos e hereges!
   Não vá pensando que essa minha irônica ideia é um absurdo. Basta ver as imagens no youtube para saber que ela teria muitos adeptos. Todos aqueles universitários seriam candidatos a inquisidores desse “caça as bruxas”.
   Voltaire! Rousseau! Onde está a luz que vocês pregaram? Quando foi que se deu o início da Idade das Luzes? Quando enfim chegaremos a Idade da Razão?
   As trevas não são propriedade exclusiva do período medieval. As trevas são interiores e tornam o coração humano um local sombrio e gélido. Fico mais convicto disso ao ver as imagens daquele tribunal furioso. A Inquisição do Vestido Rosa...Deus, tende piedade de nós e livra-nos do mal. Amém.

2 comentários:

  1. ah vestidinho rosa! Logo o rosa? choquei! A sim, era um rosa choque, talvez se fosse um rosa bebê, um rosa salmão... Mas logo um rosa choque... Queimem todos os vestidinhos rosa choque! Isso é um crime contra a moral e os bons costumes,,, ops.. Mas eu adooro um rosa.. Seria eu uma bruxa? Vou ser queimada na fogueira!?!?! Que despudorada! Q absurdo onde esta a liberdade de expressão? Um conceito fundamental da democracia moderna, onde censuras não têm apoios morais. O direito a liberdade de expressão garante a personalidade do indivíduo, restringi-lo a esses direitos atinge toda uma comunidade, tais como os universitários altos inquisidores q se sentiram no direito de perseguir a estudante cujo único crime cometido foi contra a moda, pois aqui entre nós, q vestidinho feio em filha.. Mas gosto não se discute não é mesmo?!? Não somos obrigados a concordar com o próximo, mas as divergências de idéias e os nossos direitos em expressar nossas opiniões não devem ser restringidos, independente dos valores de cada um. O ser humano tem o livre arbítrio, temos alma, e somos moralmente responsáveis por nossas ações.. ainda assim, que Deus os perdoe!

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  2. Eu fiquei boquiaberto quando assisti á reportagem, em pleno séc.XXI, nos dias de hoje, e uma mulher ser tratada deste jeito! E ainda mais num lugar que deveria ser exemplo de progresso que é uma universidade!
    Além de toda a demonstração de intolerância, machismo e preconceito total. O regresso mental desses alunos débeis mentais é como se tivessem voltado á década de 40!
    Isto é consequência de todo o retrocesso equivalente ao séc.XIX que o neoliberalismo trouxe. E após a infra e super-estrutura da sociedade regressar, reflete na cultura!
    Essa barbárie toda é uma criação do próprio sistema movido á exploração e hipocrisia, o qual coloca as mulheres á "venda" na mídia, como a industria pornográfica, as mulheres frutas e todo tipo de putaria machista que a burguesia lucra em cima!
    Pois ja bastou o avanço do neoliberalismo fazer toda a regressão ao séc.XIX, com a gradual eliminação dos históricos direitos trabalhistas e toda forma de exploração. E de anos para ca, temos esse terrível aumento da violência que nos faz termos que ficar protegidos em verdadeiras fortalezas modernas e em breve só falta termos que sair de casa de armadura! E agora aparece esse tipo de barbárie, como ja foi dito aqui, inquisitora! Pois é, agora estamos voltando é para a Idade Média.
    Esse é o "racionalismo" da economia de mercado que VEJA e cia tanto propaga!

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