quarta-feira, maio 12, 2010

Indignação

   Ontem saiu a lista dos jogadores convocados para a Copa do Mundo que será realizada na África do Sul no próximo mês. Dos 23 jogadores, a imprensa e a opinião pública contestaram uns 10. Os guerreiros canários do comandante Dunga parecem mesmo não agradar nem gregos, e nem troianos.

   Como admirador do futebol também fiquei desapontado com algumas ausências, como a de Ronaldinho Gaúcho, Paulo Ganso e Neymar. Não entendo, por mais que o Dunga explique e fale sobre comprometimento, a convocação de jogadores que não estão sendo aproveitado por seus clubes. Os brasileiros, assim que saiu a lista de convocados, desceram o pau no treinador, e creio que nem mesmo a sua mãezinha foi poupada. Pobre mulher, pagando pela teimosia do seu filho.

   Por mais que se diga que o Brasil é o País do Futebol e que os seus habitantes são apaixonados por esse esporte, às vezes eu custo a acreditar em certas atitudes de nossa população. O envolvimento, o acompanhamento, a cobrança, e a indignação com aquilo que consideram errado chamaram a minha atenção. Como disse anteriormente, alguns jogadores chamados para disputar o mundial não me agradaram. Mas é só isso. O treinador é o Dunga, e não eu. Mas o povo fica indignado. Muitos homens e mulheres discutiam acaloradamente nas esquinas, nos bares, restaurantes, salas de consultório... Meu Deus! Que absurdo.

   Estamos a alguns meses das Eleições Presidenciais, e não vejo o povo discutir sobre os candidatos. Muitos nem sabem os nomes de todos os que almejam governar o nosso país. Vi por muitas vezes o povo agir com passividade diante de escândalos de corrupção. Por que não nos mobilizarmos para que o Projeto Ficha Limpa, que impede os políticos com problemas na justiça de se candidatarem, seja aprovado rapidamente?

   A indignação do povo por causa da seleção causou a minha indignação. Como nós estamos atrasados. Big Brother, novela e Copa do Mundo merecem mais a nossa atenção do que a política. Se continuarmos assim, aquele verso ufanista da música “Pra frente Brasil” que embalou aquele timaço de Pelé, Rivelino e Cia, ficará sempre restrito as quatro linhas dentro de campo. Podemos conquistar o Hexa. Mas qualidade nas áreas básicas como educação, moradia e saúde, isso não conquistaremos nem tão cedo. Bem mais fácil será a seleção se tornar deca-campeã. Afinal, o mais importante nisso tudo é festejar com mais um título cantarolando aquela velha canção que diz: “A taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa”.

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