Até Quando?

CENAS LAMENTÁVEIS: INTEGRANTES DA TORCIDA JOVEM ESPANCAM UM ADOLESCENTE

Ontem ocorreu a última rodada do Campeonato Pernambucano de Futebol, e o clásico das multidões entre Sport e Santa Cruz teve o time rubro-negro como vencedor, mantendo-o na primeira colocação da competição estadual. Mas não foi o espetáculo dentro de campo que chamou a atenção, muito menos a festa nas arquibancadas do estádio da Ilha do Retiro. A violência foi mais uma vez o centro das atenções. E a pergunta é: até quando?

Foram vários os focos de briga entre as torcidas organizadas, tanto antes como após a partida, o policiamento teve muito trabalho pra deter os integrantes da Jovem e da Inferno Coral. Duas mortes sendo investigadas, pois parece que a confusão entre as uniformizadas está relacionada com o falecimento de dois adolescentes, uma moça e um rapaz, uma leonina e o outro tricolor, ambos com 19 anos.

Essa não é a primeira vez que isso ocorre no centro do recife, e nem é exclusividade da capital pernambucana. Essa barbárie é comum em todo o país e a cada novo incidente assusta a população pela selvageria sanguinolenta que vai sendo agravada com o passar dos tempos. E a pergunta continua sem resposta: Até quando?

Surgem outros questionamentos, tais como: Aumentar o número de policiais em dias de clássico resolve? Banir as uniformizadas dos estádios é o caminho? Escolta-las até o local da partida ajuda? Rastreiar as redes sociais para que não combinem brigas pela internet funciona? Todas essas medidas podem e até devem ser tomadas, todavia são paliativos que não atingem o cerne da questão: A precariedade de nosso sistema educacional.

Boa parte dos membros das torcidas organizadas são jovens. Estudantes que frequentam escolas, mas que saem delas com pouco ou quase nenhum aprendizado. Instituição moribunda, caindo aos pedaços, a Escola não foi, não está sendo e parece que nunca será prioridade para os governantes brasileiros. Aumentar verba para educação? Não...pois assim não sobrará muito para eles “farrearem” com o dinheiro público.

Recentemente o Fantástico mostrou o quanto a nossa Democracia custa caro. Parlamentares recebendo 18 salários anuais no Maranhão, no Amapá a verba indenizatória chegando na casa dos 100 mil reais; entre outros absurdos. É tanto dinheiro que podia tirar muitas e muitas pessoas da miséria física e intelectual das quais estão aprisionadas, sem nem se dar conta. Enquanto isso, a brutalidade ceifa a nossa juventude e os que ficam insistem em perguntar a si mesmos: Até quando?