Há quatro semanas eu tomei uma
decisão: Não serei mais um sedentário. Por isso comecei caminhando e agora que estou
num ritmo melhor, me arrisco até a dar uma corridinha. Aos poucos, vejo que os
exercícios estão surtindo o efeito que eu esperava... Mas não é sobre minha
tentativa de me tornar atleta que gostaria de prosear com vocês. Comecei
falando a respeito só porque o horário em que faço isso é no finalzinho da
tarde, quando as criancinhas estão saindo das escolas. E hoje as vi com seus
cocás de cartolina e os rostinhos pintados. Sagazmente concluí: Puxa! Hoje é
dia do Índio.
Já reparou que toda minoria tem uma
data comemorativa? É o dia da mulher, da consciência negra, do indígena e por
aí vai. Onde está o dia do caucasiano? Se pelo menos essas datas levassem a
reflexão os problemas enfrentados por esses grupos minoritários seria bom. Ao
invés disso existe uma “exaltação genérica”. Desconhecemos a nossa História,
que começa a ser contada com a chegada dos portugueses, e com uma visão eurocêntrica
dos fatos. As criancinhas nas escolas pensam que todo índio é igual, faz dança
da chuva e celebra Tupã.
Além da imagem deturpada que fazemos
dos nossos povos nativos, ainda por cima somos pejorativos e nos achamos
superiores a eles. Já vi muita gente falando que esses índios que usam roupa,
assistem TV e andam de motocicletas não são mais índios. Como se isso fosse
possível. Seria o mesmo que um “branco” deixar de ser “branco” e se tornar
indígena por andar pelado e com o corpo tingido.
O senador Wellington Dias
(PT-Piauí), que apesar de ter o nome importado dos “States”, é descendente da
nação Jê, da tribo de Jaicó, discursou hoje em defesa de um presidente índio
para a FUNAI e fez o seguinte questionamento: “Hoje temos mais de três mil índios graduados; temos cerca de 800 índios
com pós-graduação. Por que não ter alguém legitimado para lidar sobre esse
tema?”
Pois é, os indígenas não são
encarados como brasileiros. Não querem inseri-los ao poder público e muito
menos dar espaços para que reivindiquem seus direitos. Mantidos isolados, são
violados por madeireiros, pecuaristas, agricultores e quando resolvem lutar são
taxados de vândalos ou encrenqueiros. O lema do atual governo é: “País rico é país sem pobreza”. Será que
pensam em tirar da miséria as diversas tribos acuadas pelos poderosos? E em pensar
que por essas terras todo dia era dia de índio...
Minoria, mulher???!!!
ResponderExcluiraos poucos conquista seu espaço Vilma, mas nosso mundo ainda é machista e quando se estabeleceu o Dia Internacional da Mulher é que elas eram minoritárias mesmo na "sociedade produtiva"...Me entende?
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