Uma banda chamada Palavrantiga
tem uma música que começa com a seguinte frase: “É que o sagrado se tornou
hilário.” Logo quando escutei, tornou-se uma das minhas favoritas do álbum
entitulado “Sobre o Mesmo Chão”. De fato, Marcos Almeida, que é vocalista e
letrista, tem toda razão ao fazer essa afirmação. Essa semana, denominada “santa”
é uma prova disso. Afinal, onde está a sacralidade? Tirando alguns religiosos, a
maioria das pessoas vai aproveitar pra encher a cara e curtir centenas de shows
de forró, axé, sertanejo universitário e etc.
O contrassenso é enorme. Em
Gravatá-PE, o patrocínio oficial da Semana SANTA, é uma marca de cerveja que tem o nome antagônico ao da
festa: DEVASSA. E não para por aí:
Uma das atrações principais é a banda Garota SAFADA. Realmente, parece uma tremenda gozação, não acham? O
Cristo, morto e ressurreto, talvez nem seja lembrado. Na melhor das hipóteses,
confundido com um ator global na Paixão de Nova Jerusalém. Onde o seu martírio
ao invés de levar os homens à reflexão, faz surgir rajadas de flash’s que acabarão no Facebook ou Instagran.
O peixe, o vinho e até o
chocolate não podem faltar. Pois a mídia incita você a não passar a Páscoa sem
esses produtos. Em contrapartida, ninguém se dá conta da falta da fé, da reverência
e da gratidão que deveríamos expressar ao comemorarmos o evento que trás
Redenção aos pecadores. Assim como havia os que zombavam do Mestre durante a
dolorosa crucificação. Nesses dias, hão de aparecer outros que com desdém irão
ridicularizar o martírio e a vitória sobre a morte do Nazareno.
Mas como ocorreu há mais de dois
mil anos, onde o perdão foi concedido, da mesma forma acredito no renovo de sua
misericórdia para com aqueles que desprezam ou escarnecem o advento do
Calvário. Aliás, o perdão é a sua especialidade, e o seu amor é incondicional.
Daí me lembro de outra canção do Palavrantiga que diz: “Misericórdia, Graça e
um cálice de amor, estão na minha mesa antes do sol se pôr.” Isso sim é Páscoa, sem comicidade alguma...
Pois é, rapaz...parece que a marca da modernidade é o assassinato da essência. Belo texto!
ResponderExcluirSagrado é uma das minhas músicas preferidas. Gosto de escutar Marcos Almeida porque ele canta poesia e verdade...
ResponderExcluirÉ sem dúvida a minha música favorita do álbum, mas eu iria um pouco além do texto, um ótimo texto, mas como o movimento cristão está sendo representado hoje, a internet escancarou ainda mais como a comunidade cristã evangélica e os mais tradicionais do movimento protestante tornou-se um espetáculo de horror e piada.
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