Mês de Dezembro tradicionalmente deixa meio mundo caridoso.
Dizem ser o tal “espírito natalino”. Não sei ao certo o que é, mas fim de ano é
repleto de solidariedade. Nisto reside um problema que muitos desconhecem: As
ruas lotam de pedintes que nem sempre estão ali por serem necessitados.
Não falo nada aqui sem conhecimento de causa. Sou Educador do
Serviço Especializado de Abordagem Social e a população em situação de rua é o
objeto de meu trabalho. O acréscimo de gente nas ruas no período natalino chega
próximo a 50% de um número que segundo dados da Prefeitura do Recife chega a
950 pessoas que vivem em tais circunstâncias.
Outro dia, abordamos uma senhora que estava sentada em frente
ao Convento de Santo Antônio, situado na Rua do Imperador. Depois de darmos as
nossas credenciais ela nos revelou que morava em Joana Bezerra e era
aposentada. “Mas porque então a senhora está ali?” A resposta da mesma foi: “Fico
aqui para complementar a renda.”
Casos como esse são mais comuns do que você pensa. Por isso,
tá a fim de contribuir de verdade? Não dê esmolas. Boa parte dos cidadãos não
possuem muitas informações sobre quem vive nas ruas e na ânsia de ajudar acabam
prejudicando, mesmo agindo com a melhor das intenções.
Existe um jeito bem melhor de se colaborar. É o que se chama
de “Doação Cidadã”. Ao invés de dar esmolas ou fazer o tradicional sopão, vá
até a sede da Prefeitura e se informe sobre as instituições públicas que
atendem pessoas em vulnerabilidade social. Então, ciente de como as coisas
funcionam, você poderá doar diretamente para a instituição. Agindo dessa forma,
você não fará do “espírito natalino” um problema.
Grato.
Grato.
Acho que seria um ótimo investimento para a PCR divulgar melhor a campanha.
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