quinta-feira, janeiro 02, 2014

Igreja Gorda X Igreja Nutrida


“Teologia é como comida, se boa alimenta, se estragada pode matar. Não exponha sua família à morte.”

                                                                                              Ariovaldo Ramos

Logo que eu li essa frase, me lembrei do desenho feito pelo cartunista e calvinista Daniel Clós. Esse mesmo que estampa o post e retrata um Chef no púlpito servindo um variado cardápio para um carinha que está mais para guloso do que para faminto.

É o típico retrato dos evangélicos brasileiros, que servidos dos “pratos gospels” ficam empanzinados com tamanha quantidade de fast-food. É a comida pronta que não requer esforço para ser preparada. Ninguém vai mais para cozinha. Sentam-se logo à mesa e esperam o banquete. Tudo rápido e prático, todavia, prejudicial.

A saúde espiritual do brasileiro não vai nada bem. Isso porque o que alimenta e nutre não está sendo servido. Muitas das igrejas cuja mensagem são receitas de sucesso engordam seus fiéis, deixando-os obesos. As guloseimas servidas vem com a promessa de retirar toda e qualquer amargura da vida. São boas para os olhos e para o paladar. Trocando em miúdos: A igreja está gorda!

Precisamos de uma dieta urgente. Cortar toda essa gordura e comer o alimento nutritivo e saudável. Qual? O Pão Vivo que desceu do Céu:

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer?

Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.

Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.”


                                                                                                       João 6:51-56

Quando Jesus faz esse discurso, para uma multidão que só o seguia por tê-lo visto multiplicar peixe e pão, muitos o abandonam. Não satisfeito, Jesus ainda pergunta para os doze se estes também não querem ir embora, ao que Pedro responde (João 6:68): “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.”

O que podemos tirar de lição dessa passagem? Primeiro: Cristo é a essência da vida. Não há cristianismo verdadeiro quando o foco é outro. Milagres e bênçãos tem tomado o lugar do arrependimento e da crença do sacrifício vicário. A cruz não tem sido suficiente para muitos que desejam comer o melhor dessa terra ao invés de ajuntarem tesouros no céu.

Segundo: A mensagem não pode ser modificada ao “gosto do freguês”. O que vemos é um Cristo enfático em seu ensinamento, ousando até a ficar sozinho com suas convicções, caso os doze fossem embora também após sua provocação.

Por fim: O sexto capítulo do Evangelho de João ressalta a perseverança dos eleitos. Jesus responde a afirmação de Pedro da seguinte forma (João 6:70): “Não vos escolhi a vós doze?” Ele sabia que os apóstolos continuariam ao seu lado, pois foi Sua vontade tê-los consigo, com a exceção de Judas, o Traidor.

Fique, pois, atento ao que você anda ingerindo por aí. Tem procurado fazer a vontade do Pai ou saciar seu apetite carnal? Quer fazer parte de uma igreja gorda ou de uma igreja bem nutrida? Se você é um cristão genuíno, então deve colocar no prato exatamente aquilo que o Mestre colocava:

“A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.”

                                                                                                               João 4:34

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