"O rico faz tudo pelo pobre, menos sair de suas costas."
Leão Tolstói
O Dia do Trabalhador é celebrado em vários países, não só no
Brasil. A data escolhida, 1º de Maio, faz referência aos protestos que
ocorreram em Chicago-EUA, no ano de 1886. Os trabalhadores reivindicavam a
redução da Jornada Diária, almejavam 8 horas. Uma greve foi feita, milhares
aderiram e foram duramente reprimidos pela força policial. Que como sempre,
costuma “malhar o pau” nos seus concidadãos, obedecendo às ordens dos
poderosos. Doze manifestantes foram mortos, alvejados, e outras centenas
ficaram feridas.
Três anos após as manifestações em Chicago, Raymond Lavigne,
membro da II Internacional Socialista em Paris, propôs que o mês de Maio fosse
o mês das reivindicações pelas 8 horas de serviço. Houve um movimento parecido
na França em 1891, e mais uma vez, o policiamento chegou com toda sua força e
matou dez trabalhadores.
Aos poucos, os parlamentos dos países europeus atendem as
reivindicações da redução laboral diária, que antes chegava a ser até 16 horas. Apesar dessa conquista ter começado nos Estados Unidos, a data não foi
adotada pelos norte-americanos, que junto aos canadenses comemoram o Labour Day na primeira semana de
Setembro.
No Brasil, a data torna-se feriado nacional a partir de um decreto
do então presidente Artur Bernardes, isso em 1925, quando quase não tínhamos indústria.
Foi Getúlio Vargas, que soube se promover em cima desse dia, ao estabelecer a
CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) em 1943, quando aumentou o salário
mínimo, concedeu os direitos a férias remuneradas e o recebimento do 13º
salário aos trabalhadores com registro em carteira. E claro: o estabelecimento
das 8 horas laborais.
A historiografia pinta então Getúlio como o “pai dos pobres”,
quando na verdade as coisas não são bem assim. Os trabalhadores do campo não
foram beneficiados com a CLT, isso num país que tinha quase 70% de seus
habitantes residindo na zona rural. Com uma realidade totalmente diferente
quase setenta anos depois, nossos trabalhadores têm mesmo motivos para
comemorar?
Os economistas apontam para o “Emprego Pleno”, onde a taxa de
desemprego está em equilíbrio, e o cidadão fica sem emprego num curto espaço de
tempo. Mas como são os serviços oferecidos? Numa sociedade desinformada e
deseducada, a mão-de-obra qualificada ainda é escassa, sendo muitas vezes
requisitada do exterior. O que sobra para o “povão” são as vagas para “peão”. E
ta tudo muito bem, desde que haja feriados pra quebrar essa rotina de
exaustão...
Nenhum comentário:
Postar um comentário