Se tem algo que eu gosto de
imaginar é como Jesus seria se vivesse em nosso século e em nossa cultura. Fico
imaginando Jesus brasileiro, nordestino, morador da periferia e possivelmente
negro, como grande parte da nossa população. E nas minhas visões, Jesus usaria
bermuda e chinelos na maior parte do tempo, talvez uma calça jeans e um
tênis surrado. E de uma coisa estou convicto: Ele ia adorar futebol, a nossa
mania nacional.
Muitos se escandalizam com essa
minha conjectura. Uma vez falei sobre isso com minha avó, que faz parte de uma
centenária denominação pentecostal, e ela torceu o nariz quando disse coisas
tais. Sabe por que isso acontece? Porque as pessoas estereotiparam a imagem do “crente”.
O religioso em nosso meio tem certas peculiaridades que o destacam dos demais.
É um adereço aqui, uma vestimenta ali, uma expressão acolá... coisinhas que
identificam o Evangélico apenas pelos aspectos externos.
Jesus em nosso meio não seria
enquadrado a esses figurões. Pois isso tudo é característico da conduta
farisaica, o próprio Rabi condenou essa preocupação com o exterior, essa
máscara de “bom moço” que inflama o ego dos religiosos. Leia Mateus 23 e veja
quanta coisa semelhante aos fariseus existem nas nossas igrejas. E falando em
Igreja, Cristo não teria espaço em muitas delas, e em algumas entraria apenas
para expulsar os vendilhões, tal como fez no Templo de Jerusalém (Mateus
21:12).
Cristo não foi um religioso, ele
seguia as tradições e a cultura judaica, mas não se prendeu aos paradigmas de
seu povo. Chegou até mesmo a quebrar algumas regras, tal como a passagem em que
ele e seus discípulos comem sem lavar as mãos (Mateus 15). Algo chocante pra
época. Como homem, falou com uma mulher, e o pior: uma mulher samaritana, justo
do povo inimigo. A própria se escandalizou com tamanha ousadia (ler João 4).
Ações como estas fizeram João Batista ficar confuso: Seria esse homem o
Libertador de Israel?
Lá foram os dois discípulos de
João procurar o Nazareno e perguntar se ele era mesmo o Messias ou haveriam de
esperarem outro (Lucas 7: 19). Jesus então mostrou o Reino Manifesto e na mesma
hora curou vários enfermos, muitos deles, marginalizados pela sua baixa
condição social. Essa foi a sua resposta. E o seu arremate foi: “Feliz aquele
que não se escandaliza por minha causa” (Lucas 7:23). Aleluia! Saiamos do
estereótipo e mergulhemos na essência do Cristianismo. E que o mundo conheça o
Cristo que muitos escondem há séculos. Amém.
Possivelmente o Jesus dos dias de hoje,naquelas condições citadas, passaria desapercebido pela sociedade, apareceria em programas policiais < ironizado > por suas pregações, ou devaneios como chamariam os apresentadores. Quem sabe se ele não já passou por nós e não o notamos.
ResponderExcluirHangner Correia.
Meu caro Thiago, Jesus voltasse aqui agora nos dias atuais, e Ele Vai voltar! Eu creio na promessa, a humanidade não lhe daria crédito.
ResponderExcluirEm tempo: gostei do papel de parede tá mais bonito. Valeu Thiago.