segunda-feira, dezembro 10, 2012

Aprendi com os Católicos


BASÍLICA DO CARMO, EM RECIFE

Embora tenha sido batizado na Igreja de Santa Izabel, que fica no município de Paulista/PE, nunca abracei o Catolicismo e tive uma educação religiosa de cunho reformado, mesmo que não soubesse disso. Minha mãe me levava para uma congregação Batista, e por um período mais curto, frequentei uma Presbiteriana. Levado pelas incursões religiosas de meus pais, cheguei a flertar com as Testemunhas de Jeová e fui membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que sãos os mórmons.

Ainda na minha juventude, por decisão minha, e bastante convicto disso, resolvi que o meu lugar para vivenciar o Cristianismo seria uma congregação protestante que é parte das Igrejas Evangélicas Livres, onde aqui no Brasil, teve início com os missionários alemães. Todos sabem da rivalidade existente entre os católicos e os protestantes. Isso é vergonhoso, eu reconheço, todavia não há como negar que ela exista. E como essa birra é prejudicial para o Reino de Deus.

Hoje a tarde, aconteceu na Basílica do Carmo (Recife), um evento que tinha como público alvo os moradores em situação de rua. Foi um evento idealizado pela Pastoral da Rua, que faz parte da Arquidiocese de Olinda e Recife, e que contou com o apoio de algumas secretarias que compõem a rede de assistência social, direitos humanos e defesa social. Estava eu lá, um cristão-protestante. Nessa tarde aprendi bastante com os católicos.

Aprendi que dá pra fazer coisas importantes, e ser importante, sem deixar de ser simples. Vi a chegada do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, sem nenhum alarde. Assim como se deu sua chegada, aconteceu com a sua retirada. Saiu de mansinho, sem chamar os holofotes pra si. Imaginei um líder evangélico chegando para pregar em um congresso: sem flashes, sem venerações, sem ostentar coisa alguma e sem nenhuma escolta.  

Outra situação que serviu de aprendizado foi a celebração da missa. Quantos elementos culturais diversificados. Teve, frevo, maracatu, coco de roda e ciranda. Pessoas de mãos dadas, sendo moradores de rua ou não, ao som da orquestra que tinha logo atrás dela, uma cruz de madeira, símbolo maior do amor divino. A cruz nos remete ao sacrifício que Jesus fez para conceder perdão e liberdade aos homens, nada melhor que celebrar com alegria e danças esse acontecimento inigualável. E que a nossa riqueza cultural esteja presente em todos os altares em adoração ao Santo Deus.

Por fim, a última lição que tirei foi quando a ceia foi servida. Um prato generoso para cada uma daquelas pessoas que vivem vulneráveis, as margens de uma sociedade ávida por ter e se entregando imoralmente aos seus desejos de consumo. Cristo estava ali presente, afirmo isso sem medo. Pois o mesmo disse que fazendo a caridade aos necessitados, faríamos a ele (Mateus 25:40). Foi aí que me dei conta de que o Salvador não é católico e nem protestante. O Cristo dos evangelhos é o Cristo dos marginais. Aleluia!

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