BASÍLICA DO CARMO, EM RECIFE
Embora tenha sido batizado na
Igreja de Santa Izabel, que fica no município de Paulista/PE, nunca abracei o
Catolicismo e tive uma educação religiosa de cunho reformado, mesmo que não
soubesse disso. Minha mãe me levava para uma congregação Batista, e por um
período mais curto, frequentei uma Presbiteriana. Levado pelas incursões
religiosas de meus pais, cheguei a flertar com as Testemunhas de Jeová e fui
membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que sãos os
mórmons.
Ainda na minha juventude, por
decisão minha, e bastante convicto disso, resolvi que o meu lugar para
vivenciar o Cristianismo seria uma congregação protestante que é parte das
Igrejas Evangélicas Livres, onde aqui no Brasil, teve início com os
missionários alemães. Todos sabem da rivalidade existente entre os católicos e
os protestantes. Isso é vergonhoso, eu reconheço, todavia não há como negar que
ela exista. E como essa birra é prejudicial para o Reino de Deus.
Hoje a tarde, aconteceu na
Basílica do Carmo (Recife), um evento que tinha como público alvo os moradores
em situação de rua. Foi um evento idealizado pela Pastoral da Rua, que faz
parte da Arquidiocese de Olinda e Recife, e que contou com o apoio de algumas
secretarias que compõem a rede de assistência social, direitos humanos e defesa
social. Estava eu lá, um cristão-protestante. Nessa tarde aprendi bastante com
os católicos.
Aprendi que dá pra fazer coisas
importantes, e ser importante, sem deixar de ser simples. Vi a chegada do
Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, sem nenhum alarde. Assim
como se deu sua chegada, aconteceu com a sua retirada. Saiu de mansinho, sem
chamar os holofotes pra si. Imaginei um líder evangélico chegando para pregar
em um congresso: sem flashes, sem venerações, sem ostentar coisa alguma e sem nenhuma
escolta.
Outra situação que serviu de
aprendizado foi a celebração da missa. Quantos elementos culturais
diversificados. Teve, frevo, maracatu, coco de roda e ciranda. Pessoas de mãos
dadas, sendo moradores de rua ou não, ao som da orquestra que tinha logo atrás
dela, uma cruz de madeira, símbolo maior do amor divino. A cruz nos remete ao
sacrifício que Jesus fez para conceder perdão e liberdade aos homens, nada
melhor que celebrar com alegria e danças esse acontecimento inigualável. E que
a nossa riqueza cultural esteja presente em todos os altares em adoração ao
Santo Deus.
Por fim, a última lição que tirei
foi quando a ceia foi servida. Um prato generoso para cada uma daquelas pessoas
que vivem vulneráveis, as margens de uma sociedade ávida por ter e se
entregando imoralmente aos seus desejos de consumo. Cristo estava ali presente,
afirmo isso sem medo. Pois o mesmo disse que fazendo a caridade aos necessitados,
faríamos a ele (Mateus 25:40). Foi aí que me dei conta de que o Salvador não é
católico e nem protestante. O Cristo dos evangelhos é o Cristo dos marginais.
Aleluia!
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