O relógio marca a chegada do dia
21 de abril. Já é domingo e eu escrevendo mais um texto sobre mais um besteirol
protagonizado pelo segmento evangélico brasileiro. Estão promovendo um boicote
à Rede Globo de Televisão. Quem for crente não deve assistir o canal durante
todo o Dia de Tiradentes. O motivo, segundo as postagens que vejo no Facebook são:
A Globo zomba dos evangélicos e atenta contra a moralidade. O objetivo: Fazer
com que a emissora sinta a baixa do IBOPE e veja a influência desse segmento
religioso, que tem crescido cada vez mais, já somando 22% da população em todo
país.
Ficar um domingo sem assistir TV,
dia em que estão enfurnados dentro das igrejas, é mole. Quero ver as irmãzinhas
ficarem sem ver a novela durante a semana inteira. Sinceramente, besteirol é a
palavra mais amena que eu encontrei pra adjetivar essa postura tão infantil.
Será que esse caminho é o que deve ser trilhado para “mostrar a influência” que
se tem? Não seria melhor usá-la para promover algo mais significativo? Como por
exemplo: O Evangelho do Reino, ao invés de produtos “Selo Gospel de Qualidade”.
A Globo tem uma audiência fraca
amanhã, mas e depois? Hoje mesmo, pelo menos aqui na Região Metropolitana de
Recife ela bombou. Foi só exibir o Festival Promessas para que o Canal 13
ficasse ligado ao mesmo tempo em que choviam postagens do tipo: “Diante do
Trono cantando na Globo”, “Vai começar Oficina G3”. Além de assistir a
programação, o pessoal através das redes sociais faziam a divulgação e assim
mais pessoas sintonizavam o “plim-plim”. Então o jogo é assim: Promove-se a
emissora num dia e no outro boicota. Realmente, faz todo sentido. É
absurdamente lógico.
Engraçado é que a emissora dos Marinhos
tem promovido o cenário gospel e sempre leva artistas desse segmento para seus
programas. Quantos não assistiram a participação pífia do Thalles no Esquenta e
acharam uma benção? Um programa horroroso, onde o cantor/pastor falou sobre um
evangelho superficial e no fim todo mundo sambou em nome de todos os deuses e
santos, incluindo o próprio Samba, exaltado a categoria de divindade pela
apresentadora Regina Casé. Pelo visto, a influência evangélica é comprada muito
barato. Basta contratar um artista gospel para começar a histeria geral. E
Jesus fica como nisso tudo?
Simples, Jesus é ocultado. Sua
palavra não é pregada e questões bem rasas são defendidas. O Evangelho não se
resume a um refrão de música ou frases de efeito. Tampouco se trata de um
emaranhado de leis proibitivas. Evangelho é liberdade. É consciência. É ética.
Não faz conchaves por audiência. Não almeja os holofotes. Nunca foi e não
pretende agradar a todos e nem a maioria. Hoje, se assistirei a Globo ou não é irrelevante. Mostro minha influência através de atos de amor, que me fazem
conhecido como discípulo daquele que é o Amor encarnado. Devo viver o que prego
e o que canto. Devo boicotar a corrupção e a hipocrisia inserida no seio de
nossas igrejas e denunciar esse “mercado da fé” que é um pecado hediondo. Vamos
levar Jesus mais a sério e amadurecer nas questões do Reino. Sem mais.
Acho digno fazer um filme cujo título seria: Mais um besteirol Gospel Brasileiro.
ResponderExcluirJusto o que eu pensei...
Excluirmuito bem escrito...é muita palhaçada mesmo...
ResponderExcluir