Sou
convicto de minha crença: Acredito que há um só Deus, imutável,
eterno, onipotente, onipresente, onisciente, misericordioso e justo.
Acredito em Jesus Cristo como mediador entre Deus e os homens.
Acredito no efeito salvífico do seu sacrifício na Cruz. Creio em
sua ressurreição e no “louco” conceito que é ser morada do
Espírito Santo, pois este, habita dentro de todo aquele que crê.
Ninguém me convencerá do contrário. Nada me fará pensar que eu
não tenho Salvação. Sou salvo, e isso não é mérito meu. A Graça
Divina é a grande responsável por isso. A Deus toda Glória!
Ao
ler o primeiro parágrafo, sei que algumas pessoas ficaram
desapontadas. Calma gente, o texto fará jus ao título. Não sou
evangélico. Nunca fui e jamais serei. Pois há uma diferença
gritante entre minha pessoa, valores e crenças com as demais pessoas
que intitulam-se evangélicas. Há um abismo intransponível entre
nós. Vou enumerar as razões de não me considerar um deles:
1-
Sua doutrina, que enfoca um relacionamento com Cristo baseado na
meritocracia, diverge do que falei anteriormente. Apenas a
misericórdia do Senhor é a causa de não sermos consumidos. Não
existe ninguém que agrade ou chame a atenção de Deus como muitos
acreditam. Isso está claro na Lei, nos Profetas e na Doutrina dos
Apóstolos.
2-
Esse segundo ponto tem relação com o primeiro: Os efeitos de uma
Justiça embasada nos meus próprios atos, acaba criando uma altivez
que não difere daquela dos fariseus e escribas que frequentemente se
gabavam por seguirem a risca os preceitos da Lei Mosaica. Os
Evangélicos são arrogantes ao ponto de achar que tem privilégios em relação as demais pessoas. Exemplo: Uma vaga de emprego para
dois candidatos, um evangélico e outro não. Deus teria a
“obrigação” de intervir em favor do primeiro. Discordo
totalmente disso. O Senhor manda a chuva para o bom e para o mau.
Assim está escrito.
3-
Terceiro: A música cantada por estes também não me contempla.
Muito da arrogância descrita acima, está contida nas letras das
músicas Gospel, que em sua maioria esmagadora são de uma extrema
pobreza poética. O pensamento egoísta de querer misericórdia para
si e punição para o outro é cantado em muitas congregações. Sem
falar na visão de “inimigo”. Meu inimigo é o Diabo (também
creio neste) e a minha própria carne. Se mais uma outra pessoa se
declara minha inimiga, devo, segundo o Mestre, amá-la e orar pela
vida dela. O antropocentrismo é outra característica. Quantas e
quantas canções não estão na primeira pessoa? É muito “Eu” e
pouco “Deus”, quando este é mencionado, sua figura é resumida
em um “gênio da lâmpada” que deve satisfazer as nossas
vontades.
4-
O penúltimo ponto refere-se aos pastores midiáticos. Homens
gananciosos, autoritários e narcisistas. Esses enganadores que vem
enriquecendo seus cofres e empobrecendo o intelecto dos seus
seguidores fazem com que muitos tenham uma imagem distorcida da
Palavra. Pois estes pregam uma tal prosperidade que não é Bíblica.
Por mercantilizarem a fé, estão originando um sentimento de
decepção e revolta em muitas pessoas lesadas por eles. O pior de
tudo é que essas pessoas ao se desapontarem com tais pastores,
apóstolos, profetas ou sei lá o que, acabam misturando as coisas e
abandonam a Fé. Muitos passam até a militar contra ela. Mas os
Evangélicos estão sempre defendendo cegamente esses canalhas, e
costumam dizer: “Não julgue”, ou então: “Não toque no
ungido do Senhor.”
5-
Por fim, existe agora a representação evangélica na política. Não
me representam. Dados do Transparência Brasil mostram que a tal
“Bancada Evangélica” no Congresso Nacional é a mais faltosa e
inexpressiva. Propondo projetos tais como tornar a música gospel
patrimônio cultural e imaterial, e também estabelecer o Dia da
Consciência Evangélica. Qual a relevância disso? Nem preciso aqui
responder. O que sei é que igrejas se tornam curral eleitoral e
“pastores” entram no jogo sujo da politicagem para fortalecer
suas denominações. Denunciar a corrupção? Pra que? Pra ser
descoberto também? Não! Melhor focar em outro inimigo: os gays.
Vamos falar que defendemos a família enquanto usamos indevidamente o
dinheiro que essas famílias pagam em tributos.
Listado os principais motivos, quero deixar bem claro, que como disse o
apóstolo Paulo: “Não me envergonho do Evangelho.” O que me
envergonha, entristece e revolta é ver a Igreja sendo um instrumento
manipulador e mantenedor do status quo. Estou na difícil missão de
andar na contramão do mundo e da própria Igreja. Não estou só,
apenas faço parte de uma minoria. Jesus em certa ocasião alertou:
“Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”. Me sinto
lisonjeado de ser Cristão, ser Eleito, ser Livre. Continuarei
servindo, ora com alegria, ora com pesar, o meu Redentor, que vive e
reina para todo o sempre. Amém.
Foda.
ResponderExcluirBoa reflexão! Cabe um bom debate!
ResponderExcluirQue coincidência, eu também não sou.
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