Se muitas pessoas,
aglomeradas, gritarem ao mesmo tempo, palavras diferentes, não resta dúvida que
o som não será inteligível e o que comunicam não será compreendido. Essa
analogia faz todo o sentido, por isso continuo a criticar a desorganização de
um tal “Vem Pra Rua”. Ressalto que criticar não significa deslegitimar. Obviamente
não é isso. A proposta é fazer com que o grito da sociedade ressoe com bastante
clareza nos ouvidos das nossas autoridades políticas. Muitos não gostam de
receber tal crítica. E porque?
Simples: Porque diminui o status de muita gente que se considera
participante de uma REVOLUÇÃO (que profanação do termo). Vejo o discurso
genérico de muita gente que foi às ruas. Frases do tipo: “Estamos protestando
por um Brasil melhor.” Oi? Bem que poderíamos ter uma pauta mais concreta. E
até temos! Já devia estar sendo seguida. Não acham? Pois eu acho. O povo nas
ruas é lindo. Só que nada vai adiantar se fizerem passeatas que levam o nada à
lugar nenhum. Esse concurso de “qual o cartaz mais criativo?” tem que se
acabar. Já são vários dias de protesto, Vamos avançar?
Em Pernambuco, tudo obedeceu
à cartilha do Governador Eduardo Campos (PSB). Até os ônibus nas ruas ele
mandou recolher. Isto é: o símbolo da revolta popular não estava ao alcance dos
que se manifestavam. O sucesso foi tão grande, que só rendeu elogios do
Prefeito do Recife, Geraldo Júlio, que é do mesmo partido de Campos, na
verdade, mais um fantoche manipulado pelo netinho querido (só que não) do
Arraes. Enquanto os políticos continuarem satisfeitos com os protestos, espere
sentado pelo ideal de país do futuro. Ou se tem foco, ou tudo não passa de uma
MICARETA.
Como falei anteriormente,
temos uma pauta. São as “Cinco Causas”, que o grupo Anonymous Brasil divulgou
por meio de vídeo. Tratando-os um por vez, temos a desaprovação da PEC 37.
Vamos às ruas, vamos até as sedes do poder, vamos fazer uma greve-geral, vamos
direcionar as mobilizações em torno desse primeiro ponto. Lembrando que gritos
contra Dilma (PT), nesse caso, são ridículos. Nessa primeira pauta, o brado tem
que ecoar no poder legislativo. Nosso alvo primário é o Congresso Nacional. O
Brasil deve parar até que anulem esse Projeto de Emenda. Isso é o que chamo
caminhar.
Não retiro a beleza dos que
se reúnem para protestar. Apenas acrescento que com fé, com foco e com luta, ninguém
vai sentir remorso por ter participado de mais um joguete político. Que o nosso
ato seja pacífico, todavia insubmisso. Que sejamos democráticos, de fato,
fazendo uma distinção entre suprapartidário e antipartidário. E enfim, que todo
ato se baseie em objetivos claros, pressionando os governantes a agirem com
pressa diante da inquietação popular. Fazendo isso, teremos uma revolução? Só o
tempo dirá. Porém, se conquistarmos uma ampla reforma política, muita coisa ruim
vai deixar de existir e verdadeiramente, habitaremos num Brasil Melhor.
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