terça-feira, agosto 27, 2013

Está Tudo Errado

Estava com os dedos coçando para escrever após ver o vídeo aqui posto. Não leia o texto sem ter assistido a performance do Travesti que cantou a música “Não Morrerei” do cantor Marquinhos Gomes:


Quando me deparei com o conteúdo do vídeo, fiz uma análise bem mais abrangente do que a grande maioria das pessoas que comentaram, focando apenas o Travesti. Enquanto a cena se desenrola na tela do meu notebook, percebo uma série de coisas que me levam a uma conclusão radical: Está tudo errado! E começo atentando para o nome da igreja em que tudo se desenrola: “Assembléia de Deus Nadando na Benção”. Sei que não chega a ser tão esdrúxulo como a "Igreja do Cuspe de Cristo” ou “Igreja Jesus é Lindo e Cheiroso”. Mas com toda certeza, é um nome bastante inadequado.

Uma vez vi uma palestra do finado bispo anglicano, Robinson Cavalcanti, onde ele dizia ver várias igrejas evangélicas no mesmo quarteirão. Ao ver uma Batista andou mais alguns metros, viu a Batista Avivada e logo concluiu: A primeira não tinha Avivamento? Sigo a mesma lógica e ainda vou mais além: Pelo nome, a congregação deve ser dissidente da centenária Assembléia de Deus, fundada aqui no Brasil por Daniel Berg e Gunnar Vingren. Ao escolher essa nomenclatura, estaria ousando dizer que a “irmã mais velha” se afogou? Fica a dúvida lançada ao ar.

Engraçado é que tem muita gente que gosta de nadar na benção, todavia, não sentem o mínimo interesse de mergulhar mais fundo nas Escrituras. Pois se isso fosse feito, não haveria motivo para colocarem uma réplica da Arca da Aliança no templo. Repararam? E pelo que vejo no vídeo, ela está rodeada de mercadorias evangélicas. Na epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo escreve combatendo veementemente as práticas judaizantes e diz que a lei não é mais nossa tutora (leia o capítulo 3 de Gálatas). Após Cristo, nada da lei cerimonial está em voga. Nada! Isso inclui os utensílios do Templo de Israel. Se a verdadeira arca, de paradeiro desconhecido, já não é mais útil, que diremos, pois de uma réplica? Tais igrejas teimam em “recosturar o véu que a Cruz já rasgou, ressuscitando a lei e pisando na Graça”, tal como descreve João Alexandre em uma de suas canções.

E por falar em música, infelizmente há quem a torne sinônimo de louvor. Louvar e adorar são um estilo de vida que tem por alvo a exaltação de Cristo. Andar como Jesus andou é o louvor que Ele requer de cada um que carrega o Seu nome. Quando vejo o Travesti cantando, não consigo enxergar uma atitude de culto. A sua voz é bonita, ele tem técnica e carisma, mas fica nítido, ao menos para mim, que o seu desejo é apresentar-se para mostrar sua habilidade artística. Não enxergo Cristo exaltado, começando pelo repertório entoado.

O antropocentrismo tem invadido o meio evangélico de forma sutil através das canções classificadas como “Gospel”. Quase todas são compostas em primeira pessoa, onde o foco são os fiéis e não o SENHOR. Essa é mais um exemplo. Foca a nossa luta, a nossa dificuldade, e deseja que um deus-serviçal entre “na guerra” em nosso favorecimento. A meritocracia é algo muito difundindo nos púlpitos, afinal, a Palavra nos fala o quão  bons nós somos (Só que não!). Caros leitores, de onde veio a ideia de quem tem promessa de Deus não morre? O que aconteceu com os apóstolos? Será que não havia promessas pra eles?

Dentre os comentários no You Tube, muitos conjecturam o que Jesus faria nessa situação. Acho uma hipótese muito difícil de mensurar, pois a meu ver, Jesus não participaria de tal culto. Provavelmente estaria nas ruas, no gueto, na cracolândia. Poderia ter encontrado o tal travesti em seu “ponto”. Garanto uma coisa: o encontro seria muito diferente. Não haveria pedidos para cantar de modo exibicionista. Talvez até cantasse, mas não com a mesma intenção. Seria um canto quebrantado e arrependido: “Jesus, filho de Davi, tenha compaixão de mim”. E o Cristo tão divino e paradoxalmente tão humano lhe diria: “Eu não te acuso, agora vai e não peque novamente”.

4 comentários:

  1. Concordo com você Thiago. Está realmente tudo errado!

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  2. realmente, é surpreendente!
    alguma coisa saiu do eixo

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    1. Prazer tê-lo nessa Batedeira, Pr. Ariovaldo...volte mais vezes... :D

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